Cresce a perseguição contra cristãos no Iraque

Portas Abertas • 10 jan 2007


Todos os membros da igreja do reverendo Canon Andrew White foram mortos ao longo do ano passado no Iraque. A perseguição contra cristãos vem aumentando desde a guerra no Iraque, muitos foram mortos e outros obrigados a deixar o país. Os poucos que ainda restam tentam manter a chama do cristianismo acesa, mas o temor cotidiano ameaça a sua existência.

Cristãos que vivem no oriente estão pagando com suas vidas. Os que ainda não morreram vivem em constante estado de alerta.

Egípcios da igreja copta, caldeus iraquianos, palestinos ortodoxos, católicos romanos e protestantes estão convivendo com a violência cara a cara e encontrando a morte pelas mãos de seus vizinhos muçulmanos.

"Meu grupo de membros desapareceu aproximadamente um ano atrás e eu nunca mais os vi de novo. Os que restaram da congregação dizem que eles foram alvejados ou deixaram cartas de despedida contendo balas. As pessoas esquecem, ou os grupos islâmicos não percebem, mas o cristianismo no oriente já existia antes, bem antes de vermos cristãos fazendo parte da coalizão militar. É preciso considerar que a situação ficou pior desde a guerra no Iraque", disse o pastor Canon Andrew White, que também é presidente da Fundação pela Reconciliação do Oriente.

O clima de tensão tem se espalhado na região. Na Síria, um cristão nativo disse que planeja migrar para o Canadá por causa do crescimento do fundamentalismo islâmico e porque o país tem abrigado muitos refugiados iraquianos. "Eu não me sinto confortável e não quero que meus dois filhos vivam em uma sociedade polarizada", disse.
"Em Israel, nos assentamentos a oeste de Gaza, os árabes cristãos são uma minoria vulnerável. De um lado, temos simpatia pelos irmãos palestinos, apesar da ocupação israelense, e vivemos nossas próprias tensões entre a maioria palestina muçulmana", revela.

Em Gaza, os cristãos assistem ao ódio que a ocupação americana no Iraque tem gerado entre os vizinhos. O problema ficou pior depois da publicação de uma charge do profeta Maomé e de um discurso do papa Bento XVI que descrevia o Islã como uma religião de violência.

O pastor da igreja batista de Gaza, Hanna Massad, disse que os conflitos trouxeram à tona a dificuldade de se identificar como um árabe cristão. "A questão é quem você é, será que somos primeiro cristãos ou palestinos?", diz ele.

"Minha prioridade é minha fé. Sou cristão, mas também sou um palestino. Sou árabe. É claro que um cristão árabe palestino sofre com a ocupação israelense, mas ao mesmo tempo eu não posso, por causa da minha fé, usar de violência".

O pastor do Ministério Voz de Salém, Idrid Salahudeen, disse que está muito difícil trabalhar como cristão, apesar das perseguições: "Centenas e centenas de muçulmanos acreditam em Jesus e se convertem secretamente enquanto assistem ao comportamento brutal dos fundamentalistas contra os cristãos. Talvez a tortura esteja purificando os palestinos e cristãos sírios a ter mais fé e coragem".

De acordo com o pastor Paul Ciniraj Mohamed, diretor do Ministério Voz de Salém, "em poucos anos todo o Iraque e as demais nações muçulmanas virão a Cristo pelo poder do Espírito Santo". "Satanás sabe e é por isso que tenta desencorajar e destruir o trabalho dos cristãos e dos crentes ao redor. Mas nosso Senhor Jesus Cristo terá a vitória final", disse ele, que também é evangelista e autor de diversos livros cristãos.

A tortura dirigida ao cristianismo cresceu depois da execução do ditador deposto Saddam Hussein, segundo Paul Ciniraj. "Mas os filhos de Deus ainda oram e oram mais por um profundo encontro das almas perdidas. Nosso Deus nos dará forças e lutará por nós", ressalta o pastor.

Com lágrimas nos olhos, o pastor Canon White lembra que "é uma vergonha as nações livres que proclamam o cristianismo serem desacreditadas com ensinamentos apóstatas que ofendem o coração de Deus. É uma vergonha clérigos e laicos agirem de má fé usando o nome da Igreja cristã enquanto cristãos genuínos dão suas vidas para propagar o Evangelho e a única salvação através de Jesus Cristo".

Ele ressaltou que é interessante que muitas denominações protestantes têm apostatado com ensinamentos contra a moralidade bíblica, em outras partes do mundo os cristãos estão morrendo pela ética bíblica. "Enquanto segmentos protestantes abandonam sua lealdade a Cristo como Deus, outros entregam seus corpos à execução em nome dos cristãos", ressaltou Canon White.

O pastor Canon Andrew White graduou-se na Escola de Teologia de Harvard. É autor de cinco livros e milhares de artigos em várias revistas cristãs, jornais, e sites. Está casado há 44 anos e tem três filhos adultos.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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