Portas Abertas • 4 out 2007
O tribunal do Azerbaijão rejeitou ontem, 3 de outubro, a apelação proposta pelo pastor batista Zaur Balaev contra a condenação de uma pena de dois anos de prisão, segundo informações do “Fórum 18”. "Nós estamos atordoados com o resultado”, disse o líder da União Batista, Ilya Zenchenko.
As autoridades se negaram a comentar o caso. O julgamento, bastante controverso, foi marcado pela substituição das acusações. Testemunhas chegaram a inocentar o pastor, mas o depoimento delas parece ter sido desconsiderado.
Ilya Zenchenko disse que “tudo ocorreu em apenas dois minutos." Ele contou que o filho de Zaur “está muito aflito, reclamando que não há esperança nem lei no Azerbaijão”. Mas disse que “a reação emocional dele é compreensível, por ser muito jovem”.
Desdobramento do caso
O pastor, de 44 anos, foi sentenciado com base no artigo 315, que pune o uso da violência contra oficiais do Estado no exercício de suas funções.
O julgamento dele começou no último dia 16 de julho. A primeira denúncia contra foi a de “condução ilegal de atividades religiosas sem a devida autorização estatal”, com o uso de músicas altas para atrair os jovens.
Na ocasião, Zaur foi preso sob a acusação de resistir à prisão e de soltar um cachorro para agredir os policiais que invadiram o culto presidido por ele no dia 20 de maio ( leia mais).
Depois que o advogado de defesa questionou a existência do cão, Zaur foi acusado de ter espancado cinco policiais e danificado a porta de uma viatura policial.
Desde o dia 8 de agosto, quando foi preso, o pastor Zaur Balaev já sofreu dois ataques cardíacos e uma crise renal (ore pela saúde dele).
Batistas de outra congregação que fica em Aliabad, mesma aldeia onde Zaur Balaev nasceu, solicitaram a autorização estatal para se congregarem. O pedido foi negado e a comunidade está sendo ameaçada de prisão.
“Zaur ainda está em Sheki e agora será enviado para um campo de trabalhos forçados, mas nós ainda não sabemos onde”, disse Ilya Zenchenko. “É uma tragédia para a família”.
Ele disse que o pastor ainda vai apelar da sentença à Suprema Corte e que irá até onde for preciso, inclusive à Corte Européia de Direitos Humanos, em Estrasburgo, se necessário.
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