Portas Abertas • 3 dez 2007
A professora britânica Gillian Gibbons, detida no Sudão por permitir que seus alunos batizassem um urso de pelúcia como Maomé, foi libertada hoje, após obter o indulto presidencial, disse um de seus advogados.
O advogado Kamal al-Jizuri afirmou que a professora foi transferida para a embaixada britânica em Cartum e que é possível que retorne a seu país com os dois parlamentares britânicos que negociaram sua libertação.
Após a decisão do presidente sudanês, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, de indultar Gibbons, cerca de 300 pessoas se concentraram em frente à embaixada britânica para protestar contra a medida.
Os manifestantes, que pertencem a grupos religiosos islâmicos e de tendência sufi, gritaram palavras de ordem contra o Governo britânico e pediram a execução da professora por esta ter insultado o Islã.
Uma ampla operação policial em torno da embaixada impediu o acesso dos manifestantes à delegação, onde neste momento está Gibbons, acompanhada pelos dois parlamentares muçulmanos britânicos, Nazir Ahmed (trabalhista) e a baronesa Sayeeda Hussain Warsi (conservadora), que negociaram a libertação da professora.
A professora, que ensinava crianças de sete anos na Unity High School em Cartum, tinha sido condenada a quinze dias de prisão e a posterior deportação, por ter colocado em um urso de pelúcia o nome de Maomé, o profeta do Islã.
No fim de semana, centenas de radicais muçulmanos foram às ruas para pedir a execução da professora. O clima de tensão no país ainda permanece.
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