Portas Abertas • 18 dez 2007
Quase três milhões de muçulmanos estão em Meca, onde começaram, ontem, sua peregrinação anual (Hajj) com uma visita ao vale de Mina, onde destinaram a noite à meditação, antes de subirem ao monte Arafat, ou Al Tauba (arrependimento).
O islamismo é a religião que mais cresce no mundo: 15% ao ano. São hoje mais de 1,2 bilhão de pessoas (7 milhões só nos EUA). Uma em cada cinco pessoas na Terra é muçulmana.
Os fiéis - os homens, envolvidos em duas peças de tecido branco sem costuras; as mulheres, com longas túnicas e lenços na cabeça - abarrotaram o vale desde o começo da manhã, chegando em sua maioria a pé e cantando o hino que caracteriza o ritual, "Labaik Allah Humma Labaik" ("Aqui me tens, Senhor").
O cântico é escutado por todos os cantos da Cidade Santa, onde nos dias de peregrinação todos se vestem de branco, tornando quase impossível distinguir os peregrinos uns dos outros.
Mina, a cerca de 10 quilômetros do centro de Meca, também é conhecida como a "cidade das tendas" devido às centenas de milhares delas, todas brancas, instaladas na região para alojar os peregrinos.
Perigos em anos anteriores
As autoridades sauditas garantem ter tomado todas as medidas de precaução para evitar incêndios em Mina, proibindo a utilização de bujões de gás na área e montando tendas resistentes ao fogo.
O porta-voz do Ministério do Interior saudita, general Mansur al-Turki, afirmou que o departamento criou um "centro de operações" para acompanhar o movimento dos peregrinos, especialmente na ponte de Jamarat, em Mina.
Nesta ponte - onde costumam ocorrer avalanches humanas, nas quais cerca de 600 peregrinos morreram em 2004 e 2006 -, há a presença de efetivos de segurança e de pessoal para orientar e facilitar o movimento dos fiéis e também para remover qualquer obstáculo à marcha destes.
O general Mansur ressaltou que as autoridades estão aplicando um "plano criado para evitar incidentes na Cidade Santa e tratar qualquer emergência com rapidez e eficácia".
Passagem pela ponte
Também disse que as autoridades permitirão a passagem de 240 mil peregrinos por hora pela ponte de Jamarat, que conta este ano com um segundo andar e um sofisticado sistema de alarme prévio para impedir a formação de grandes multidões.
Esta ponte será utilizada intensamente pelos fiéis a partir da tarde de hoje, quando se deslocarão rumo à região de Muzdalifah para recolherem pedras que serão lançadas entre quarta-feira e sexta-feira contra as três colunas existentes no local, que simbolizam as tentações do diabo.
Os peregrinos ficarão no vale de Mina até a madrugada de hoje, quando começarão a subir o Monte Arafat, considerado o ritual mais importante do Hajj.
De acordo com a tradição ocidental, foi neste monte que o profeta Maomé pronunciou há 14 séculos seu último sermão em meio a milhares de seus seguidores, dois meses antes de sua morte na cidade de Medina, onde está sepultado.
Para grande parte dos muçulmanos, o profeta subiu aos céus a partir do monte em Jerusalém onde hoje fica o Domo da Rocha, construção feita para abrigar a pedra de onde ele teria partido "rumo ao paraíso".
Sacrifícios de animais
A quarta-feira será outro dia importante, já que os peregrinos degolarão centenas de milhares de animais, principalmente cordeiros, para marcar a Festa do Sacrifício (Eid al-Adha), a principal festividade muçulmana.
Pela ocasião do Hajj e do Eid al-Adha, os governos dos países islâmicos costumam indultar milhares de presos. O que abre uma oportunidade para os cristãos. Durante o Ramadão o pastor batista batista Vyacheslav Kalataevsky, do Turcomenistão, foi um dos beneficiados ( leia mais).
Em países ricos, como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, é habitual que xeques e príncipes paguem de seu próprio bolso as dívidas de centenas de seus cidadãos.
O Hajj deste ano contará com a presença do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, entre os peregrinos, que chegou ontem para realizar a peregrinação convidado pelo rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz
Ore pelo mundo muçulmano
Interceda pelos muçulmanos. Por causa de ataques extremistas, muitos missionários têm abandonado o trabalho nos países islâmicos. Os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos causaram um polarização entre o ocidente e oriente.
Osama bin Laden convocou o mundo muçulmano a entrar em uma "guerra santa" contra os cristãos e as nações do Ocidente.
Ore por aqueles que estão arriscando suas vidas e pelos ex-muçulmanos que sofrem uma perseguiução severa por parte dos próprios familiares após a sua conversão.
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