Pastor conta como foi o Réveillon na Praça dos Orixás

Portas Abertas • 5 jan 2008


Segundo reportagem do “Correio Brasiliense”, a presença de fiéis evangélicos nas comemorações do Ano Novo na Praça dos Orixás, na Prainha, foi motivo de tensão, mas não houve tumulto, conforme ameaça relatada pelo jornal no dia 31 (leia mais).

Muitos freqüentadores seguidores da umbanda e do candomblé não gostaram da chegada de cerca de 20 membros da igreja Manancial da Vida, com sede no Lago Norte, em Brasília. Eles ficaram distribuindo panfletos até 1h da manhã.

A presença dos evangélicos foi autorizada pela Administração Regional de Brasília, que concedeu licença para que montassem uma barraquinha na festa.

Temendo conflitos religiosos, o Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu reforço do policiamento na área. O 1ª Batalhão da PM (Asa Sul) destacou cerca de 100 homens.

Tensão

De acordo com organizadores do Réveillon na Prainha, não houve briga propriamente dita com os evangélicos, mas a madrugada não foi totalmente tranqüila.

“Houve um momento de exaltação quando eles vieram mais para a beira do lago. Teve freqüentadores que acharam um desrespeito e, se não fosse a gente intervir, teria dado confusão”, afirma o servidor público Jorge Amado, 31 anos, que pertence à Federação Brasiliense e do Entorno de Umbanda e Candomblé.

Para ele, não foi prudente a autorização dada pela Administração de Brasília aos fiéis. “Tinha muita gente aqui ontem, e eles eram de 20 a 30. Alguém poderia ter se machucado”, comenta.

A presidente da Federação Brasiliense de Umbanda e Candomblé, Marinalva Venozina dos Santos Moreira, diz não se incomodar com a presença dos evangélicos.

“Não me incomodo, desde que não venham desacatar a minha religião. Mas há quem não goste que eles vão e por isso não acho seguro autorizar. Além disso, se fôssemos participar de uma festa deles, com certeza não seríamos recebidos. Ainda bem que deu tudo certo”, comentou.

Pastor fala da intolerância

Apesar dos relatos dos umbandistas, o pastor Roberto Alves Marques, da Manancial da Vida, afirma que não teve conhecimento de tensão entre os fiéis e os adeptos das religiões afros.

“Fiquei lá até às 21h30, mas segundo o meu pessoal, foi tudo tranqüilo”, afirmou. O pastor acrescentou que a intenção de seu grupo não é afrontar as religiões afro-brasileiras.

“Os nossos panfletos não têm nada de ofensivo a eles. Vamos à Prainha simplesmente porque é um lugar de grande concentração de pessoas. Não são só adeptos da umbanda e candomblé que comemoram o Reveillón lá. Fazemos o mesmo no Carnaval e em eventos como a Micarecandanga”, declarou.

Roberto disse também que a Manancial da Vida realiza trabalho de evangelização na Prainha desde 1992, e que apenas no ano passado, com o episódio da depredação das estátuas, houve hostilidade.

“Por isso, este ano, solicitamos segurança ao Ministério Público. Mas não temos nada a ver com essa questão da depredação. Isso para nós é vandalismo. Sempre convivemos pacificamente com o pessoal da Federação de Umbanda e Candomblé. Se está havendo intolerância agora, não está sendo na nossa parte”, afirmou.

Segundo estimativa da Polícia Militar, havia cerca de 10 mil participando da festa.

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