Cristão turco recupera-se lentamente após brutal espancamento

Portas Abertas • 15 jan 2004


Depois de entrar em coma devido a um espancamento três meses atrás por suposta propaganda missionária, o cristão turco Yakup Cindilli recupera-se lentamente de um estado quase desanimador em casa, onde sua família cuidou dele constantemente no último mês.

Uma terceira audiência contra os agressores nacionalistas de Cindilli está marcada para quarta-feira perante uma corte criminal em Orhangazi, noroeste da Turquia.

O turco ferido reconheceu alguns membros de sua família e começa agora a falar, confirmou na semana passada o médico que cuida dele. Apesar dele ainda não poder cuidar de si mesmo, seu contato regular com parentes próximos será muito vital para sua melhora a longo prazo, disse o seu médico.

Cindilli recebeu alta no dia 2 de dezembro da UTI do Hospital Estadual de Bursa, logo depois que saiu da total inconsciência. Ele foi transferido vários dias depois aos cuidados de sua família em Orhangazi, uma pequena cidade cerca de 50 quilômetros de distância.

Duas semanas depois, a Corte Criminal de Primeira Instância de Orhangazi realizou uma segunda audiência no dia 17 de dezembro contra quatro homens acusados de assalto e agressão contra Cindilli.

Cindilli, 32, foi hospitalizado na terceira semana de outubro depois que nacionalistas ligados ao Partido do Movimento Nacionalista (PMN) o espancaram gravemente na cabeça e no rosto. De acordo com reportagens do jornal local, os agressores acusaram Cindilli de distribuir Novos Testamentos e fazer trabalho missionário.

Um dos seus agressores foi Metin Yildiran, presidente do capítulo local do PMN. Caracterizado por uma versão de cor islâmica de nacionalismo, o partido político de extrema-direita está ligado há décadas com a violência neo-fascista na Turquia.

Apesar de Yildiran ter sido liberado na primeira audiência no dia 18 de novembro, dois outros suspeitos, Ibrahim Sekmen e Huseyin Bektas, permanecem presos na Prisão Gemlik. Um quarto suspeito, que é menor de 18 anos, Gokhan Sem, não foi preso.
Cerca de 60 simpatizantes do PMN reuniram-se no tribunal no dia 17 de dezembro em uma demonstração de apoio aos agressores presos, mas tiveram a entrada à audiência recusada. De acordo com uma reportagem de 19 de dezembro do jornal Bursa Hakimiyet, o grupo era formado pelo presidente provincial do PMN, Necati Ozensoy e outros líderes locais da ala-direita.

No final, somente uns poucos parentes de Cindilli e os advogados foram chamados nominalmente e tiveram permissão para observar os procedimentos.

Suspenso o julgamento, a multidão de simpatizantes do PMN começou a gritar furiosamente quando eles ficaram sabendo que os dois réus não tinham sido soltos. Alguém gritou um insulto contra o pai de Yakup por ter um filho cristão, disse uma testemunha ocular a Portas Abertas, mas a polícia interveio.

Quando pressionado pela multidão do porquê os réus haviam sido mandados de volta para a cadeia, o advogado de defesa disse que havia duras evidências contra seus clientes.

De acordo com documentos oficiais da justiça, a agressão contra Cindilli ocorreu de fato no dia 19 de outubro, quatro dias antes do que foi inicialmente informado. O cristão ferido e seu amigo Tufan Orhan estavam sentados em uma cafeteria naquela manhã quando foram chamados para fora, um de cada vez.

Ao que se sabe, os agressores exigiram em troca que cada um deles renunciasse a fé cristã. Quando Cindilli recusou-se, eles o arrastaram para uma área sombria oposta à mesquita de Orhangazi e o espancaram severamente. Comenta-se que Orhan concordou com as exigências deles, entretanto, por isso eles o liberaram.

Apesar de Orhan ter mudado sua declaração inicial e declarado depois ao tribunal que não sabia a identidade de seus agressores, um garçom da cafeteria que presenciou o incidente identificou os homens envolvidos, incluindo Yildiran.

Cindilli converteu-se à fé em Cristo há menos de dois anos, depois de começar a telefonar para o Alô Dua, um ministério de oração por telefone feito por cristãos turcos locais. Ele viajava de vez em quando a Bursa para visitar a associação protestante de lá.

A família conservadora do turco convertido opôs-se à sua nova crença, a ponto de uma vez jogar fora seus livros cristãos e exigir que ele voltasse para o islamismo. Mas seu pai e uma irmã entraram com uma ação criminal conjunta contra seus agressores, culpando a liderança local do PMN e do partido jovem pelos graves ferimentos de Cindilli.

A família de Yakup está sob forte pressão de sua comunidade, comentou o pastor da Igreja Protestante de Bursa, e ao mesmo tempo eles estão extremamente preocupados ao ver Yakup em um estado tão desesperador.

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