Segurança olímpica ofusca liberdade de imprensa na China

Portas Abertas • 18 jul 2008


O enorme esquema de segurança preparado pela China para a Olimpíada está se sobrepondo à liberdade de expressão prometida pelo governo, e isso pode impedir o país de exibir como queria as suas proezas econômicas e culturais, segundo jornalistas radicados em Pequim.

Recentemente, autoridades interferiram numa transmissão ao vivo que havia sido aprovada pelo governo, proibiram o acesso de uma equipe de TV a um evento-teste, também previamente franqueado, e estão impedindo uma empresa de filmar em um apartamento comum fora do cordão de segurança.

Alguns jornalistas já cogitam uma redução das suas coberturas olímpicas, deixando de lado até mesmo matérias positivas, não-políticas.

Controle excessivo

"A um mês (do início dos Jogos), vimos um endurecimento do controle e uma ênfase avassaladora na segurança, beirando a paranóia, o que pode tirar grande parte do que deveria ser a diversão dos Jogos", disse Jonathan Watts, presidente do Clube de Correspondentes Estrangeiros da China.

"Parece que as diretrizes de cima para a liberdade de expressão não foram implementadas pelas autoridades de escalão inferior, que realmente não mudaram a mentalidade que durante décadas esteve focada em obstruir os jornalistas."

A China prometeu garantir à imprensa a mesma liberdade de Olimpíadas prévias, mas muitos correspondentes sentem que o governo, habituado a controlar a imprensa doméstica, está renegando sua promessa para garantir a realização de um evento "perfeito".

A entidade Human Rights Watch alertou neste mês que a China está violando suas promessas. A ONG criticou também o Comitê Olímpico Internacional (COI) por não se empenhar em fazer Pequim cumprir seus compromissos com relação a liberdade de imprensa e direitos humanos.

Preocupações políticas

Os Jogos estão sob a coordenação do vice-presidente Xi Jinping, e pode haver preocupações políticas por trás das restrições. Mesmo que as proibições imediatas partam de funcionários de baixo escalão, jornalistas afetados garantem que figurões do regime comunista não querem ou não conseguem intervir.

"Acho que no fundo tudo tem a ver com o medo. Ninguém quer o chefe dizendo: "Como você nos faz passar vergonha durante o evento da década?"", disse um produtor de uma grande rede estrangeira, já revendo os planos para a cobertura olímpica do canal.

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