Portas Abertas • 15 fev 2009
A família de um cristão paquistanês se escondeu após o estudante da 9ª série ser acusado de blasfêmia por seu colega de classe muçulmano.
O problema começou com Naveed Aziz de 14 anos, um habitante da colônia Tariqabad, na província de Punjab, quando colocou um livro cristão pertencente a seu irmão Shafique, pastor de uma igreja da região em um local errado .
Um amigo tinha entregado o livro para Naveed entregar a seu irmão, pois Shafique não estava em casa quando seu amigo esteve lá. Então Naveed levou, por engano, o livro para a escola e só percebeu a perda quando seu irmão perguntou.
O adolescente cristão pensou que tivesse esquecido na escola, então perguntou aos colegas de classe se haviam encontrado um livro que ele havia perdido. Parecia o livro tão desejado estava “sob custódia” de um de seus amigos que era de uma linhagem de muçulmanos severos.
Quando Naveed pediu para o que seu amigo de classe muçulmano lhe devolvesse a literatura, foi acusado de blasfêmia ao islã. Diferente de muitos outros casos em que a emoção oculta a razão, os professores tentaram silenciar o assunto, após constatarem que não havia blasfêmia no conteúdo do livro.
O esforço dos professores em manter a situação calma, contudo, foi provado ser em vão, pois a organização fundamentalista muçulmana na área incitou estudantes de outras escolas e faculdades a envolver Naveed em um caso de blasfêmia.
A campanha para incriminar Naveed no caso de blasfêmia envolveu anúncios de uma mesquita da região, levantados em banners, exigindo que Naveed fosse punido.
Aparentemente, dando-se por vencidos sob a pressão dos muçulmanos da região, o escritório Station House da delegacia de Badomali prendeu o estudante sem conduzir uma investigação. A fim de salvar seu irmão mais novo, Shafique foi à delegacia declarar que ele havia perdido o livro. Então, a polícia torturou os dois irmãos.
Cristãos da região, A Sharing Life Ministry Pakistan e o Center for Legal Aid, Assistência e Acordo, têm expressado sua revolta sobre a prisão dos irmãos cristãos envolvidos no caso de blasfêmia.
O oficial da polícia examinou o caso estabelecendo que dois irmãos cristãos fossem julgados inocentes. Ele convocou as duas partes – cristãos da região e líderes muçulmanos, para discutirem o caso. O oficial do distrito intermediou a reconciliação entre as duas partes.
O líderda igreja Sharing Life Ministry Pakistan, Sohail Johnson, disse que a família tinha se escondido para proteger, apesar da reconciliação ter sido feita. Ele disse que a família tornou-se vulnerável a ameaças, ataques e conspirações pelos islamitas radicais da região.
“Ao invés de ceder a pressão da multidão, a polícia deveria lançar uma investigação profunda antes de prender alguém”, ele disse, acrescentando que sentiu que “poucas pessoas poderiam vir a delegacia e arruinar a vida de outra acusando de blasfemar”.
Sohail Johnson foi chamado para elaborar uma estratégia de negociação em casos de acusações de blasfêmias. Ele qualifica a lei como uma arma nas mãos dos muçulmanos para “chicotear e perseguir não-muçulmanos”.
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