Portas Abertas • 11 mar 2009
Ao recitar o credo católico, 1.800 membros em uma missa na catedral de São Francisco Xavier, em Borneo disseram em alta voz: “Nós cremos em um único Senhor, Jesus Cristo, o único filho de Alá”.
Esse católicos, assim como seus irmãos na Indonésia, usam a palavra “Alá” em vez de “Deus” desde que se converteram ao cristianismo no século XIX.
Agora, o governo da Malásia quer impedir que a palavra “Alá” seja usada pelos cristãos, afirmando que é um ato subversivo e aponta para muçulmanos que se converteram. Os cristãos temem que essa seja apenas o início de algo maior.
“O governo da Malásia está contaminado pelo ódio religioso. Temos que reagir antes que ele se espalhe”, disse o bispo Cornelius Piong, após a missa de domingo.
De acordo com um censo realizado em 2001, o cristianismo é praticado por 9,1% da população da Malásia. Muitos deles, como o bispo Piong, vêm de grupos nativos como o Kadazandusun, Dayaks, Ibans e Bidayuh, que moram nos estados de Sabah e Sarawak.
“Nosso culto a Alá é tão natural, faz parte da tradição do povo Kadazandusun”, afirma Piong.
A briga sobre o uso da palavra Alá para descrever o Deus cristão alimenta uma disputa antiga entre um governo de um país onde todos devem ser cristãos, e outras religiões, como o hinduísmo e o budismo, praticados por nativos indianos e chineses.
A conversão do islamismo para qualquer outra religião é ilegal no país, mas as conversões para o islã são permitidas.
“Permitir que os cristãos utilizem essa palavra é perigoso porque ataca a principal religião da Malásia”, disse Yusri Mohamad, presidente do movimento jovem muçulmano.
“Temos que questionar os motivos dos cristãos para usarem essa palavra claramente muçulmana. Parece que é para facilitar as conversões. Todos os muçulmanos da Malásia são contra isso.”
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