Portas Abertas • 23 abr 2009
Catorze pastores do Departamento de Vaupés foram adicionados à lista-negra da maior guerrilha da região. Considerados “informantes do governo”, a guerrilha proferiu uma sentença de morte contra os pastores.
Os ministros em questão vivem em cidades localizadas em “Vaupés Médio” ao longo dos rios “Caño Cuduyarí”, “Caño Querarí” e “Caño Cubillú” que desembocam no Rio Vaupés.
Em junho de 2008, foi dado o primeiro aviso, quando a guerrilha assassinou o pastor Emilio em Paturucuara, região do Cubillú.
Emilio foi acusado de levar alimentos para o Exército em seu pequeno barco. Alguns dias antes de sua morte, ele foi visto entregando carne para soldados, que haviam solicitado o alimento.
Depois do assassinato de Emilio, os guerrilheiros começaram a investigar pastores e líderes a fim de determinar se estes colaboravam com o Exército. Em janeiro passado, houve um rumor de que a guerrilha planejava assassinar todos os 14 pastores que trabalhavam ao longo do Rio Vaupés.
De acordo com um missionário que trabalha na região, e que pediu para ficar anônimo, “a investigação que a guerrilha diz ter feito é só uma desculpa, pois já se sabe que ela não concorda com o trabalho evangelístico que os pastores têm feito”.
Ao longo dos últimos três anos, missionários colombianos operam na região, viajando de uma vila para outra a pé. Isso dirigiu a população local para Cristo e fortaleceu os pastores que vivem nessas regiões remotas.
Por causa das características geográficas da região, as notícias não chegam rápido às comunidades. Muitas coisas são transmitidas boca a boca por pessoas que viajam pelo rio ou a pé pela selva.
Líderes guerrilheiros relacionam o trabalho missionário com o governo central e também com os Estados Unidos. Eles acusam os ministros evangélicos de serem “informantes e colaboradores do Exército”. No segundo semestre de 2008, o Exército aumentou sua presença na região, expulsando as guerrilhas da região do Cubillú.
Em setembro passado, um grupo rebelde da região expulsou os alunos do Instituto Bíblico da cidade de Pituna e fechou temporariamente a escola. Pituna fica a uma hora da capital de Vaupés, Mitú. Os alunos só voltaram às aulas quanto o Exército assumiu o controle da área.
José Aguilera, o atual diretor do Instituto Bíblico em Pituna, escreveu uma carta pedindo oração por sua segurança. Sempre que há grupos rebeldes na região, José tem de deixar sua esposa e sua casa para fugir.
Essa também é a realidade do pastor Alfonso, da comunidade de Santa Marta. Ele e sua esposa estudaram no Instituto Bíblico de Villavicencio. Em uma carta, Alfonso escreveu: “Não sabemos nem como suportaremos essa pressão. Não há um lugar seguro e devemos nos esconder sempre que as guerrilhas se aproximam”.
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