Ativista cristão é acusado de converter prostitutas

Portas Abertas • 21 jan 2004


Anson Thomas, um ativista cristão que vem recuperando inúmeras menores que trabalham como prostitutas em Mumbai, Índia, foi recentemente acusado de conversão ilegal de prostitutas profissionais hindus. Os proprietários da Mansão Jamuna, um dos maiores bordéis de Mumbai, fizeram a acusação.

Thomas já recuperou até agora 84 garotas menores de idade - de 18 anos ou menos - organizando batidas nos bordéis.

Os proprietários dos bordéis alegam que Thomas usou indevidamente seu estatus de ativista social para converter as prostitutas à força. No dia 30 de dezembro, a polícia mandou uma notificação a Thomas advertindo-o a que deixasse de dar Bíblias e de fazer sermões às prostitutas hindus.

Quando foi publicada uma reportagem das alegações da Mansão Jamuna no principal jornal diário de circulação nacional, o Times of India, ativistas da unidade de Mumbai do partido político Shiv Sena reuniram-se em frente à delegacia de polícia local para protestar contra as atividades de Thomas.

O Sr. Thomas está favorecendo atos ilegais que podem levar a um problema religioso e social, disse Nawal Najaj, vice-comissário de polícia de Mumbai.

A questão da conversão é muito emocional e pode ser malversada por qualquer pessoa para provocar uma situação de imposição da lei. Nós apenas queremos a segurança dele e por isso o advertimos, disse Najaj.

Thomas, entretanto, nega as alegações, dizendo que isso é simplesmente uma tática dos proprietários dos bordéis para mantê-lo afastado dos negócios deles. Eu suspeito que haja uma forte ligação entre os políticos locais e os donos dos bordéis, disse Thomas à Portas Abertas. Esses políticos estão usando indevidamente a influência deles para proteger o negócio do sexo.

Eles levam a parte deles no bordel. E a polícia também leva a sua por não tomar qualquer ação contra o comércio ilegal.

O negócio do sexo na Índia está prosperando apesar do que determina a Lei de 1986 sobre a Prevenção do Tráfico Imoral. Especialistas dizem que o número total de prostitutas na Índia aproxima-se dos oito milhões. Destes, 15%, ou 1,2 milhão são representados por crianças e adolescentes.

Mumbai é apenas uma das muitas cidades da Índia onde as garotas menores são compradas por menos de 50.000 rupias (1.100 dólares). As garotas são usadas então como escravas sexuais pelos proprietários de bordéis. Balkrishna Acharya, da Fundação Resgate, uma organização também envolvida no resgate de menores da prostituição, disse que os proprietários de bordéis têm um lucro de mais de 2.300.000 rupias (50.550 dólares) por garota depois de quatro ou cinco anos da compra.

Há 85 quartos em (Mansão Jamuna) e a quantia mensal chamada hafta que vai para a polícia é superior a 125.000 rupias (2.747 dólares), disse Thomas. Ao dar a aparência falsa de ângulo religioso ao meu trabalho, eles estão tentando me fazer parar de dar batidas e resgatar garotas menores e aquelas que são forçadas a entrar no comércio.

Abraham Mathai, vice-presidente da Comissão de Minorias do Estado de Maharashtra, confirmou que a polícia parece beneficiar-se das operações dos bordéis. Em vez de apreciar os esforços do Sr. Thomas, a polícia local parece estar recebendo ordens dos proprietários dos bordéis. A idéia é restringir o Sr. Thomas para que tudo continue como está, disse Mathai.

Acharya diz que a polícia poderia fechar os bordéis a qualquer momento. Se a polícia quiser, eles podem fechar todas as atividades. Há suficiente base legal na Lei to Tráfico Imoral para fechar os lugares onde as menores estão sendo sexualmente exploradas. Entretanto, não consigo imaginar um lugar que tenha sido fechado pela polícia.

Comentando as acusações de conversão, Thomas disse a Portas Abertas: Como cristão, eu lhes dou Bíblias e as ajudo a se reabilitarem. Como hindus, por que eles não lhes dão suas escrituras religiosas?

Se eles estivessem preocupados com elas, não permitiriam que as garotas fossem estupradas em um bordel regularmente, acrescentou ele.

Thomas disse que o Mumbai Age, um suplemento do diário de circulação nacional, o Asian Age, exagerou a história. Eles publicaram uma reportagem inventada alegando que recebi dinheiro de fora para converter prostitutas. Eu vou entrar com uma ação legal contra o jornal por difamação, disse ele à Portas Abertas.

Escrevi também ao Sr. Shushil Kumar Shinde, Ministro Chefe de Maharashtra; ao Sr. Lal Krishna Advani, Vice-primeiro Ministro e a Sonia Gandhi, líder da oposição e presidente do Congresso, buscando a intervenção deles no caso.

Indagado a respeito de suas atividades cristãs, Thomas respondeu: Eu não nego que dou Bíblias a quem pede um exemplar, e de fato dou-lhes esperança ao ler as promessas de Deus contidas na Bíblia. Este é um direito fundamental assegurado na Constituição da Índia.

Mas eu não forço ninguém a se converter, disse ele.

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