Portas Abertas • 25 fev 2010
“Os cristãos no distrito de Kandhamal ainda são vítimas inocentes da intimidação e violência. O governo não faz nada para ajudar com a recuperação dos cidadãos após a violência de 2008, e eles continuam vivendo com medo. Por outro lado, as milhares de queixas registradas contra os agressores não serviram para nada: os culpados pelo massacre ainda passeiam livres pelo Estado de Orissa.”
Essa é a acusação feita pelo presidente do grupo Global Council of Indian Christians, Sajan K. George, que tem acompanhado a situação dos cristãos perseguidos na Índia durante anos. O grupo, que integra católicos e protestantes, provê ajuda legal e material para a população afetada pela perseguição.
Falando para a mídia local, Sajan acrescentou: “Precisamos de um sistema que ajude os fieis a retornarem à vida normal. Eles precisam de um emprego e uma casa, pois abriram mão do que tinham quando os moradores de 14 vilarejos foram forçados a fugir de suas casas, e agora moram em tendas. O governo deve interferir, para ver a justiça sendo feita”.
A violência começou no distrito de Kandhamal no verão de 2008, resultando em tragédias entre os clérigos e os fiéis. A falsa acusação de proselitismo foi usada para destruir igrejas e escolas administradas por cristãos, que foram forçados pela comunidade hindu a sair de sua terra natal e a buscar refúgio em outro lugar.
Durante o confronto, 5.347 casas foram destruídas e 75 pessoas morreram em nome da religião ou raça. Mais de 50.000 pessoas foram forçadas a migrar, se tornando refugiados em sua própria terra. Logo após os conflitos, as vítimas registraram 3.232 queixas em diferentes delegacias do distrito. Delas, somente 832 foram aceitas: 89 pessoas foram condenadas a pequenas sentenças, enquanto outras 251 foram liberadas de imediato.
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