Portas Abertas • 23 mar 2010
Faleceu ontem Arshed Masih (leia mais), de queimaduras graves em 80% do seu corpo, sofridas quando o cristão de 38 anos foi queimado por não se converter ao islamismo. O funeral do cristão, que morreu três dias depois do ataque, deve acontecer esta tarde, mas a família pediu “que fosse feita uma autópsia”. A comunidade cristã no Paquistão condenou firmemente o episódio e denuncia a lentidão do governo em punir os responsáveis.
No dia 19 de março, um grupo de extremistas muçulmanos queimou vivo Arshed Masih, um motorista empregado por um rico empresário em Rawalpindi. Sua esposa trabalhava como empregada no mesmo local, em frente a uma delegacia. Recentemente, surgiram discussões entre o empregador, Sheikh Mohammad Sultan, e o casal, por causa de sua fé cristã. Eles sofreram ameaças e intimidações para forçá-los a se converter ao islamismo.
Arshed Masih faleceu ontem, às 19h45, após três dias no hospital de Rawalpindi, província de Punjab. Sua esposa Martha Arshed foi abusada sexualmente pela polícia quando tentou denunciar a violência cometida contra seu marido. Os três filhos do casal foram forçados a testemunhar as agressões contra seus pais.
O funeral de Arshed será realizado nesta tarde, apesar das tensões permanentes na área. Testemunhas locais afirmam que “toda a família está em choque, e pede que seja realizada uma autópsia antes do enterro”. Muitas associações cristãs e ativistas de direitos humanos – como Life for All, Christian Progressive Movement, Pakistan Christian Congress e Protect Foundation Pakistan – estão realizando protestos em frente ao hospital.
Ontem, o governo da província de Punjab bloqueou uma passeata de cristãos, sob o pretexto de “ameaça terrorista”. A comunidade local queria protestar contra a “recusa” da polícia em prender os culpados pelo crime.
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