Portas Abertas • 19 ago 2010
Líderes religiosos são alvos de sequestros para fim de extorsão. O preço do resgate é exigido do alto clero e dos dirigentes das igrejas evangélicas.
A ousadia da criminalidade organizada mexicana parece não ter fim. São cabeças cortadas e deixadas nas pistas de estradas movimentadas, jornalistas executados dentro de redações de jornais, chefes de polícia trucidados etc, etc, etc.
O presidente Felipe Caderón não sabe mais como prosseguir com a “guerra às drogas”, uma parceria com o então presidente George W. Bush que não conta com a aprovação de Barack Obama.
Para se ter idéia, até julho de 2010, a War on Drugs de Calderón contou 28 mil mortes. Mais de 70% das vítimas capitais não tinham nenhuma ligação com o tráfico de drogas ou qualquer outra atividade criminosa.
Um dramático comunicado conjunto foi divulgado pela Conferência Episcopal do México e da Fraternidade das Igrejas Evangélicas mexicanas. Ou seja, padres e pastores viraram alvos de sequestros para fim de extorsão. O preço do resgate é exigido do alto clero e dos dirigentes das igrejas evangélicas.
Fora isso, os cartéis exigem uma “taxa de permissão” (igual ao pizzo que a Cosa Nostra cobra dos empresários italianos na Sicília) para cultos e missas. Sem o pagamento (preço da extorsão), nada de celebrações. E os fiéis que enfrentam a proibição acabam por deixar as Igrejas debaixo de intenso tiroteio.
O comunicado conjunto cita casos concretos. Na província de Michoacan, por exemplo, os cartéis exigiram dinheiro para permitir a realização de uma tradicional festa religiosa. Em Tamaulipas, as missas foram suspensas para evitar promessas de ataques contra sacerdotes e fiéis.
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