Vitória eleitoral do PBJ, na Índia, é um golpe para os cristãos de Guj

Portas Abertas • 3 fev 2004


Vencedores fundamentalistas forçarão lei anticonversão. Os fundamentalistas hindus tiveram uma esmagadora vitória em uma eleição estadual na Índia com políticas anticristãs e antimuçulmanas formando a principal base de seu manifesto eleitoral.

O Partido Bharatiya Janata (PBJ), dirigido pelo ministro chefe Narendra Modi, retornou ao poder nas eleições estaduais de 12 de dezembro em seguida aos piores ataques genocidas contra as minorias religiosas do Estado desde a independência da Índia há 50 anos. Contrariando todas as pesquisas, o partido obteve 126 assentos, uma maioria das 182 cadeiras da assembléia. A vitória ultrapassou o total de assentos anteriores do PBJ, de 122 existentes em 1995 e 117 em 1998.

Observadores manifestaram preocupação com o número significativo de eleitores retirados das listas de votação que foram revisadas no início deste ano. Os números revelaram uma queda surpreendente na quantidade de eleitores. Aparentemente, mais de 200.000 eleitores da capital foram retirados das listas. O número de eleitores normalmente aumenta 25% a cada cinco anos em Gujarat. O governo está alegando problemas de erro de computador.

Sentença de morte

A vitória foi um duro golpe para os cristãos e outras minorias religiosas. As forças fundamentalistas hindus prometem tornar a Índia em uma nação Hindu no prazo de dois anos, ameaçando uma sentença de morte a todos os que se opõem ao Hindutva (hinduísmo nacionalista).

Influenciados por seu sucesso eleitoral num estado que ele chama de laboratório do hinduísmo militante, o PBJ e seus aliados, o Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS) nacional e o Vishwa Hindu Parishad (VHP) internacional, planejam multiplicar sua marca do hinduísmo militante através da Índia.

Pode se esperar uma rashtra (nação) Hindu nos próximos dois anos, disse à imprensa no dia 15 de dezembro o Dr. Pravin Togadia, cirurgião especialista em câncer e secretário geral do VHP, quando foram anunciados os resultados das eleições. Faremos um laboratório de todo o país. Esta é a nossa promessa e a nossa resolução.

Todos os adversários do hindutva terão a sentença de morte, e vamos deixar isso para que o povo o faça, acrescentou ele. O processo de formação de um regime hindu no país começou com Gujarat, e o VHP levará a experiência de Gujarat a cada recanto do país de uma forma democrática.

Togadia deu a entender que os estrategistas do PBJ escolheram cinco estados indianos - Himachal Pradesh, Rajasthan, Madhya Pradesh, Chattisgarh e Delhi - para disseminar a ideologia hindutva.

No topo da agenda Hindu está uma lei anti-conversão como a que foi aprovada no Estado sulista de Tâmil Nadu em outubro de 2002. Nós queremos que uma lei semelhante venha a todos os estados do país. É o maior interesse da nação, disse o presidente do PBJ, Venkaiah Naidu. Espera-se que a lei seja promulgada em breve em Gujarat.

Impedimento

A conversão é um crime e o maior perigo que o país enfrenta, disse o presidente internacional em exercício do VHP, Ashok Singhal, em entrevista à imprensa no Estado de Orissa. Setenta por cento do dinheiro estrangeiro que entra na Índia está sendo utilizado para este propósito, alegou ele. Singhal acusou Bill Gates, da Microsoft de dar dinheiro a organizações cristãs que trabalham entre pacientes de AIDS para poder convertê-los ao cristianismo.

A propaganda eleitoral do PBJ atacou também o Comissário Chefe da Eleição, J.M. Lingdoh. Caracterizado como símbolo dos interesses cristãos, Lingdoh foi regularmente criticado na imprensa de Gujarat por seus esforços legais em impedir táticas de campanhas usadas pelo PBJ.

Enquanto isso, a polícia de Tâmil Nadu impediu milhares de pessoas que queriam converter-se publicamente ao cristianismo e ao budismo numa cerimônia em 6 de dezembro organizada em protesto contra a lei anticonversão do Estado. Entre os organizadores do evento estava o Dr. M.A.Thomas, da Missão Cristã Emmanuel e o líder budista, Udit Raj.

Raj disse aos repórteres que pelo menos 500 conversões voluntárias foram registradas na cerimônia pública, apesar de a polícia ter impedido milhares de indianos de casta inferior viajarem em caminhões e ônibus para chegarem ao local. Em resposta às acusações hindus de evangelização coerciva, o Dr. Thomas, que batizou alguns dos cristãos convertidos, disse que eles tinham se tornado cristãos por sua própria conta, e que não houve coerção.

O Conselho Cristão da Índia emitiu uma declaração condenando o esforço da polícia em frustrar as conversões em massa.

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