Portas Abertas • 25 jun 2021
Graças ao apoio de líderes cristãos e parceiros da Portas Abertas, Soy começou uma nova vida
Em uma vila no Laos, uma jovem crista foi presa aos 14 anos. Ela é uma das poucas cristãs no país que foram para a cadeia abaixo da idade legal de consentimento, que é 15 anos. Essa é a história de Soy*, uma cristã que continuou a escolher Jesus apesar da rejeição e assédio que recebeu na comunidade.
Já faz mais de um ano, mas as memórias de Soy dos seis dias que passou na prisão ainda são vivas e a dor do que aconteceu após a libertação ainda é sentida. Soy é uma estudante de 16 anos do Sul do Laos, a segunda de três filhos e foi a segunda a aceitar Jesus na família.
Em 29 de dezembro de 2019, Soy e outros cristãos da aldeia estavam reunidos realizando um culto em uma cabana, quando sete policiais invadiram o local junto com aldeões e insistiram para que negassem à fé. Os cristãos diziam: “Não vamos deixar de acreditar em Deus e adorá-lo. Se quiser nos prender por causa disso, vá em frente”, relembra a jovem.
“Eles nos convidaram para entrar no veículo e disseram: ‘Vamos levá-los para a escola próxima para falarmos sobre sua situação, então vamos deixá-los ir para casa’. Mas eles mentiram para nós. Levaram todos nós direto para a prisão em outra província. Eles mantiveram os homens e mulheres em quartos separados. A prisão parecia um típico prédio de escola pública cercado por grandes paredes com arame farpado. Havia cinco cômodos juntos; alguns eram maiores do que os outros. O nosso era de cerca de 4x5 metros”, compartilha Soy.
Na manhã do sexto dia na prisão, os policiais trouxeram os cristãos em pares para os pressionar a assinar os documentos para negar a fé. “A polícia nos levou a uma sala onde outros sete policiais estavam esperando para pressionar minha tia e eu a assinar os documentos. Eles disseram: ‘O cristianismo não é uma boa religião, então parem de praticá-la. Não queremos que essa religião se espalhe em nossa área! Se vocês assinarem este documento e concordarem em renunciar à fé, vamos deixá-los ir para casa hoje’.”
Apesar da pressão, Soy e a tia se recusaram a assinar o papel. E o inesperado aconteceu: “Uma hora depois, eles levaram os documentos e nos entregaram nossos papéis de liberação. Nós assinamos e fomos para casa naquele dia”, relembra.
Após sair da prisão e voltar para a vila onde morava, Soy continuou enfrentando perseguição de vizinhos, professores e até colegas de classe. Se sentindo sozinha e assustada, Soy mudou para outra cidade para continuar os estudos. Na cidade, ela conheceu Sanguan*, um pastor que cuida de estudantes que são pobres e enfrentam perseguição por causa da fé. Ela também conheceu Hannah*, uma das parceiras locais da Portas Abertas no Laos, que contribui financeiramente para as despesas das crianças sob os cuidados do pastor Sanguan.
“Sou muito grata pela ajuda que recebo do pastor Sanguan que sempre cuida de mim e me apoia. Ele me deu um lar e amigos. Há muitos jovens que também vêm para ficar na igreja para estudar como eu. Não me sinto sozinha aqui. Todos nós nos amamos e cuidamos um do outro. Também sou grata à irmã Hannah e aos meus irmãos e irmãs de todo o mundo. Por causa do amor de Deus, recebi apoio financeiro para comprar comida e material escolar para poder continuar meus estudos. Sem vocês, eu não seria capaz de continuar meus estudos”, finaliza Soy.
*Nomes alterados por segurança
© 2024 Todos os direitos reservados