Portas Abertas • 15 abr 2022
Apesar do trauma por conta do ataque, Margaret teve suas feridas emocionais completamente curadas por Deus
Ao longo de seu ministério, Jesus foi perseguido por diversas vezes. Diferentes grupos tentaram desde colocá-lo em situações constrangedoras até criarem oportunidades para sua morte. Isso porque ele foi considerado blasfemo, se relacionava com publicanos e pecadores, fazia o que não era permitido no sábado, não vivia de acordo com a tradição dos líderes religiosos, além de diversos outros motivos. Após muitas tentativas, finalmente Jesus foi traído, preso e condenado.
A partir de então, naquela sexta-feira antes da Páscoa, começaram as humilhações. Jesus foi despido e recebeu um manto vermelho e uma coroa de espinhos. A cruz de Jesus foi erguida em meio a dois criminosos. O povo o observava, as autoridades o ridicularizavam e os soldados zombavam dele. Como reagir a tal situação? Jesus escolheu dizer: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”. Em meio a todo o caos, Jesus fala sobre perdão.
Talvez, o caminho mais fácil seja pensar que ele fez isso por ser o próprio filho de Deus. Mas ao longo de seu ministério, deixa claro que o perdão é parte essencial de seus ensinamentos. No início de sua vida pública, ao proferir o Sermão do Monte, ele falou: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mateus 6.14,15).
Essa é uma das lições que aprendemos com a Igreja Perseguida. No dia 2 de abril completaram-se sete anos do ataque à Universidade de Garissa, no Quênia, em que 147 pessoas morreram. Após as 15 horas de cerco por militantes islâmicos do Al-Shabaab, estudantes cristãos que se reuniam na faculdade perderam a vida. Naquele dia, alunos cristãos pagaram o preço por seguir a Cristo, enquanto os que sobreviveram sentem as consequências da dor física e emocional causada durante o evento.
Ben (pseudônimo) é um deles. Ele estava a caminho de um encontro de oração naquela manhã quando ouviu tiros e percebeu que estavam sob ataque. Ele imediatamente deu a volta e se escondeu o melhor que pôde no quarto. “Por meio de aconselhamento, temos lidado e aceitado a realidade do ocorrido. Mesmo assim, há algumas coisas que você sente, vê e ouve que trazem memórias do que aconteceu. As feridas estão curadas, mas as cicatrizes continuam aqui.” Ben não tem ódio no coração com relação a muçulmanos, mas sabe que o perdão liberado aos terroristas vem do próprio Deus.
Já outra aluna, Margaret, estava muito cansada naquela manhã e decidiu tomar um banho antes de ir ao encontro de oração. Enquanto esperava pela água, ouviu o primeiro tiro. A princípio, ela não reconheceu o som. Então veio o segundo tiro e ela percebeu que corria grande perigo. O corredor estava caótico enquanto universitários corriam, tentando descobrir o que fazer. Usando uma toalha, Margaret e cinco amigas se esconderam embaixo das camas, o único lugar para onde poderiam ir. Após o que pareceu uma eternidade, uma intensa troca de tiros foi seguida por um silêncio ensurdecedor. Então uma policial feminina convenceu Margaret e as amigas de que tudo tinha acabado e era seguro sair.
Após o ataque, Margaret passou por um período em que não conseguia orar. "Um domingo eu fui à igreja mais cedo. Ninguém estava lá. Eu percebi que aquele era o tempo de agradecer a Deus. Eu orei, orei e orei. Eu coloquei pra fora o que estava em meu coração. Quando terminei, me senti completamente curada". A cura deu a Margaret a liberdade para dar a Deus sua dor e questionamentos. "Quando vi as dificuldades dos meus amigos em se recuperar das feridas, eu perguntei a Deus: essas são pessoas de oração, por que você as fez passar por tanta dor?. Mas Deus respondeu que ele usou até mesmo a fraqueza na vida do apóstolo Paulo para seu propósito", ela disse.
Que nesta Páscoa nós possamos aprender ainda mais com Jesus em seus últimos momentos de vida e com sua ressurreição. Aprenda mais com os cristãos perseguidos! Aproveite também esta data em que muitos cristãos são vítimas de ataques por causa da fé e cause um impacto positivo na vida de irmãos e irmãs no Sri Lanka. Seja Um com Eles.
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