Portas Abertas • 14 abr 2023
A família aguardava a decisão da corte há quatro meses (foto representativa)
Na última sexta-feira, 7 de abril, o pastor Hkalam Samson, ex-presidente da Associação Batista de Kachin, foi sentenciado à prisão em Myitkyna, capital do estado de Kachin, Mianmar. Depois de quatro meses esperando a decisão da corte, o pastor foi condenado a seis anos de prisão.
O julgamento aconteceu em uma corte interna, contando com a presença do advogado do pastor e poucas testemunhas. O pastor de 65 anos não pôde ver a família. O último encontro com a esposa, Zung Nyaw, aconteceu no tribunal quando ela foi convocada como testemunha. O advogado fará apelo da sentença, mas tem poucas esperanças.
Zung disse ao jornal New York Times que o marido esteve sob interrogatório severo durante 24 dias após a prisão. Ela também contou que “ele é um homem que conhece e ama a Deus. É um pregador. Não tem inimigos. É uma pessoa que sacrifica a si mesmo em favor dos outros”.
O pastor Hkalam já havia sido detido em dezembro do ano passado quando estava no aeroporto a caminho de um tratamento médico na Tailândia. As acusações levantadas contra ele foram de terrorismo, associação ilegal e incitação à oposição ao atual regime que domina Mianmar há dois anos.
A prisão aconteceu por causa de uma reunião online de oração organizada pelo pastor em que citou a Bíblia e disse que a juventude poderia “reconstruir a nação”. A decisão foi baseada na seção 505 do Código Penal de Mianmar que “proíbe falas que induzam as pessoas a perturbarem a ordem pública”. Essa medida é usada para censurar arbitrariamente jornalistas, advogados e ativistas.
“Seis anos é muito tempo para manter uma pessoa inocente presa. Eles não estão ameaçando apenas a liberdade de expressão. Estamos com medo até de respirar”, disse a filha do pastor Hkalam.
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