Portas Abertas • 12 mai 2022
Cristãos são perseguidos caso se posicionem contra a ideologia do governo (foto representativa)
O pastor Lorenzo Rosales Fajardo foi condenado a sete anos de prisão por participar de protestos em julho de 2021, em Cuba. O líder cristão, que vive em Palma Soriano, foi julgado em dezembro sob acusações de “desrespeito”, “agressão”, “incitação ao crime” e “desordem pública”.
Em 1º de março de 2022, o governo cubano comunicou a condenação do pastor em uma carta à Missão Permanente de Cuba na ONU, em resposta a um pedido de informações feito por cinco funcionários de direitos humanos da organização.
No informativo, as autoridades justificam a prisão do líder cristão por ele ter participado de um “ataque violento” a policiais, forçado a entrada na sede do Partido Comunista em Palma Soriano, e ferido sete funcionários e um civil.
De acordo com a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), as acusações são infundadas. "Imagens ao vivo e fotos mostram policiais armados e membros da força paramilitar Boina Negra atacando manifestantes desarmados e pacíficos no meio da rua, com o reverendo Rosales Fajardo sendo estrangulado", afirmou.
Os protestos pacíficos aconteceram em todas as regiões de Cuba, onde milhares de pessoas pediam por democracia e reformas econômicas. A resposta do governo foi imediata e violenta, com policiais e agentes de segurança agredindo e prendendo manifestantes, muitos deles pastores.
A esposa de Fajardo, Maridilegnis Carballo, soube do veredito e da carta somente depois que ela foi enviada à representação do país em Genebra. “Não sei se posso suportar tanta injustiça e tantas mentiras. Como é doloroso ver a condição vergonhosa do governo desta nação”, afirma em entrevista a CSW.
A sentença inicial de prisão mencionada na carta à Missão de Genebra era de oito anos, mas o governo cubano contatou a família de Fajardo para confirmar redução da pena para sete anos.
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