Portas Abertas • 13 mar 2023
Polícia aparece durante culto em igreja doméstica no Sri Lanka após denúncia (imagem representativa)
No dia 12 de fevereiro, um grupo de policiais chegou a uma igreja doméstica em uma vila na Província Ocidental do Sri Lanka enquanto ocorria um culto de domingo. A polícia informou ao pastor que havia recebido reclamações de que havia um lugar ilegal de adoração operando na vila. O pastor foi convocado a participar de um interrogatório na delegacia no dia seguinte.
Quando o pastor chegou à delegacia para o interrogatório na segunda, se viu em desvantagem. Havia 20 moradores da vila e sete monges budistas presentes, e os policiais, que eram devotos do budismo, se curvaram diante dos monges, demonstrando seu respeito. As discussões que se seguiram não obtiveram sucesso, já que os monges estavam determinados a fechar a igreja e os policiais tendiam a apoiar os monges, já que os consideram muito. Como não puderam resolver a questão no dia, os policiais pediram ao pastor que voltasse na sexta-feira (17), às 10h, para outro interrogatório.
Alguns parceiros de campo visitaram o pastor para falar sobre a questão e encorajá-lo. Quando o pastor foi à delegacia na sexta (17) acompanhado por um advogado, havia cerca de 11 monges esperando por ele. “Eles apenas falavam e falavam e não nos deixavam falar. Mesmo o advogado não teve a oportunidade de responder nada do que estavam dizendo”, contou. Quando o pastor voltou para a casa, cerca de 60 moradores da vila cercaram a casa dele e o ameaçaram. As pessoas gritaram: “Você pode adorar aqui com sua família, mas não traga mais pessoas de fora. Não nos deixe pegar você reunindo outras pessoas aqui”.
A polícia pediu ao pastor para ir ao tribunal na segunda (20) de manhã, mas até que a questão fosse resolvida, o pastor decidiu não realizar o culto no domingo (19). Porém, a polícia ligou para ele no domingo à noite e disse que os monges não queriam levar a questão para o tribunal. O pastor foi de qualquer forma, caso estivessem tentando enganá-lo para não aparecer no tribunal. Mas nem a polícia, nem os monges apareceram.
Os tribunais geralmente são justos em casos como esse, e os monges sabem que estariam em desvantagem se a questão fosse levada à Corte já que a Constituição do país garante liberdade religiosa para todos. Por enquanto, sem uma ordem judicial oficial pedindo que o pastor interrompa os cultos, ele está livre para continuar a adoração. Apesar disso, ele continua preocupado que os cristãos sejam feridos ao caminharem pela vila para chegar à igreja.
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