Portas Abertas • 29 abr 2022
O pastor e a esposa desapareceram em 30 novembro de 2016 (foto: Facebook)
A Comissão de Direitos Humanos da Malásia (Suhakam) alegou não encontrar evidências de desaparecimento forçado no caso do pastor Joshua Hilmy e da esposa indonésia, Ruth. O casal foi visto pela última vez em 30 de novembro de 2016.
Apesar dessa conclusão, muitos especialistas acreditam que o caso de desaparecimento de Joshua Hilmy esteja relacionado ao caso do pastor Raymond Koh por causa da semelhança dos acontecimentos. No entanto, o juiz destacou que a polícia foi muito lenta na investigação do desaparecimento de Joshua Hilmy e sua esposa, em particular.
Além da demora na geração de relatórios, as ameaças que o pastor recebeu nas redes sociais não foram investigadas pela polícia. O tribunal afirmou que as autoridades também esconderam informações de órgãos públicos, como a embaixada da Indonésia, e dos interessados. De acordo com o irmão de Ruth, o investigador oficial não notificou a embaixada do desaparecimento dela quando foi registrado, em 2016, e até hoje a família da cristã não foi notificada de nenhuma nova informação.
Hilmy deixou o islamismo para seguir a Jesus e isso já o torna um “criminoso” de acordo com uma lei que proíbe muçulmanos de mudarem de religião. Ele e a esposa compartilhavam a fé com qualquer pessoa que cruzasse o caminho deles, muçulmanos ou não.
O pastor Raymond Koh também ajudava e evangelizava muçulmanos malaios. Antes de ser sequestrado por agentes da Seção Especial do Departamento de Polícia da Malásia, ele recebia ameaças para interromper o trabalho no país.
O advogado da família de Joshua Hilmy, Phillip Kho, afirmou que os desaparecimentos foram resultado do policiamento religioso ilegal na Malásia. Ele acrescentou que as investigações se tornaram mais lentas quando envolveram pessoas importantes do governo malaio, como o político Khairy Jamaluddin e o ex-primeiro-ministro Najib Razak.
Em algumas ameaças por e-mail que o pastor Hilmy recebeu antes do desaparecimento, o remetente era supostamente Jamaluddin, com cópia para Razak, e trazia o brasão do governo da Malásia. As mensagens exigiam que o líder cristão parasse de batizar cristãos e deixasse o país.
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