Portas Abertas • 3 dez 2024
O complexo Terra Santa College serviu como abrigo durante a guerra na Síria
Os cidadãos de Alepo, que inclui cerca de 20 mil cristãos, vivem com medo desde que a cidade foi tomada pelos jihadistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) na última sexta-feira. A tensão aumentou no domingo, quando o exército sírio, com o apoio dos russos, bombardeou alguns lugares em Alepo, incluindo um prédio que faz parte do Terra Santa College, um complexo cristão.
Os responsáveis pelo complexo na Síria disseram em uma publicação: “No dia 1º de dezembro, uma bomba caiu no complexo franciscano do Terra Santa College. Graças a Deus, não houve vítimas fatais ou feridos, apenas o prédio foi danificado”. Eles escrevem que todas as pessoas da igreja estão bem. Mas que a população civil de Alepo está cada vez com mais medo pelos desenvolvimentos imprevisíveis do confronto em andamento.
Durante os anos mais difíceis da guerra, o Terra Santa College serviu como abrigo para algumas pessoas deslocadas e agora se tornou um centro de apoio psicológico, atividades recreativas, distribuição de ajuda humanitária, bem como cuidados espirituais.
Eles pedem oração. “Junte-se a nós em oração pela paz na Síria, martirizada por longos anos de guerra e violência. A palavra de Deus deste primeiro domingo do Advento nos convida a manter viva a esperança de uma perspectiva de paz. Vamos aceitar essa exortação e orar para que ela seja alcançada para nossos irmãos e irmãs sírios.”
Pela primeira vez, na guerra que começou em 2011, o governo perdeu o controle de toda a cidade e os jihadistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) estão agora no comando de Alepo. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, desde o início da ofensiva do HTS, na quarta-feira da semana passada, 446 pessoas foram mortas, sendo 244 rebeldes, 141 do exército sírio e seus aliados e 61 civis.
“Como ninguém sabe o que significa a tomada de Alepo, alguns cristãos ainda estão tentando fugir, mas agora não conseguem devido à falta de transporte ou porque a maioria das estradas estão fechadas”, diz um dos contatos da Portas Abertas na Síria. De acordo com outra fonte local, “Alguns cristãos estão convencidos de que ficar é a melhor opção, como fizeram há 13 anos, quando a guerra na Síria começou. Um cristão em Alepo me disse esta manhã: ‘Vou trabalhar como sempre’”.
Em 1º de dezembro, o primeiro domingo do Advento, muitas das igrejas em Alepo realizaram os cultos dominicais. A frequência foi menor do que o habitual, pois um número indefinido de cristãos fugiu da cidade para lugares mais seguros ou não se sentiu confortável para sair de suas casas. Por segurança, ao menos uma das igrejas realizou o culto no porão de um prédio, não no templo, pois isso foi considerado um lugar mais protegido.
Após anos de guerra, as pessoas se tornaram mais resilientes e buscam uma maneira de permanecer. Apesar disso, desde 2011, o número de cristãos em Alepo diminuiu drasticamente. Antes da guerra, havia pelo menos 100 mil cristãos na cidade, enquanto outras fontes falam de mais de 200 mil, mas agora restam apenas cerca de 20 mil.
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