Portas Abertas • 23 nov 2021
Cristãos temem perseguição em governo liderado por militares
O primeiro-ministro civil do Sudão, Abdallah Hamdok, foi solto e retornou ao poder ao assinar um acordo com o general Abdel Fattah al-Burhan, no dia 21 de novembro. O documento assinado no palácio presidencial em Cartum também garante a libertação de outros líderes civis que foram presos.
Em 26 de outubro, a Portas Abertas noticiou a prisão de vários membros do governo de transição no Sudão. A ação foi consequência de uma tentativa de golpe de Estado em setembro, que acabou por fomentar a disputa de poder entre islâmicos mais conservadores e os democratas que derrubaram o ditador Hassan al-Bashir, há dois anos.
Em resposta ao golpe, a população foi às ruas, bloqueou as vias, incendiou pneus e foi dispersada com gás lacrimôgenio. Mas os protestos continuaram e os militares reprimiram com munições reais, o que causou a morte de pelo menos 40 pessoas em um mês.
O primeiro-ministro reintegrado será o líder de um gabinete até que as eleições sejam realizadas, porém ainda não ficou claro quais os poderes desse novo governo civil, submetido à supervisão militar. Essa intervenção das Forças Armadas do país gerou descontentamento da população e de várias organizações civis, que desejam um governo sem militares. Por consequência, uma multidão se reuniu na frente do palácio, mas foi dispersa com violência.
Em resposta ao descontentamento da população, o primeiro-ministro defendeu o acordo e explicou que o objetivo é restaurar a transição democrática no Sudão e acabar com os conflitos. "Eu sei que nossos jovens têm a capacidade de sacrifício, determinação e desistência de tudo o que é precioso. Mas o sangue sudanês é precioso, vamos parar o derramamento de sangue e direcionar a energia dos jovens para a construção e o desenvolvimento", finalizou Hamdok.
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