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O Sudão estava no caminho da liberdade religiosa, mas um golpe e uma guerra devastadora frustraram essas esperanças. Após um ano e meio de guerra, o Sudão é agora o centro do maior deslocamento de pessoas e da maior crise de fome do mundo, com quase nove milhões de pessoas forçadas a fugir de suas casas.
Os cristãos sudaneses estão mais uma vez em perigo. Nenhum dos lados do conflito é favorável aos seguidores de Jesus, e o conflito deu aos grupos extremistas mais oportunidades de ataque. Mais de 100 igrejas foram danificadas até agora e cristãos foram sequestrados e mortos. Os cristãos sudaneses de origem muçulmana enfrentam uma forte oposição da família e da comunidade. Eles tendem a manter a fé em segredo, até mesmo dos próprios filhos.
A fome também tem sido um grande desafio para os cristãos. As comunidades locais os discriminam e não entregam os recursos de assistência para os seguidores de Jesus. E grande parte da igreja no Sudão, que poderia ajudar na distribuição de socorro emergencial, está fugindo do país.
Alia (pseudônimo), cristã deslocada interna no Sul do Sudão
As cristãs de origem muçulmana podem enfrentar perigos como prisão domiciliar, casamento forçado, divórcio, perda da herança e da custódia dos filhos.
Em 2020, o governo civil de transição do Sudão introduziu uma série de mudanças positivas que proporcionaram maior liberdade e proteção para as mulheres. Por exemplo, foi determinado o fim da necessidade de autorização de viagem por um homem da família para as sudanesas e a proibição da mutilação genital feminina.
No entanto, a guerra afetou profundamente os direitos das mulheres. O golpe militar e o aumento recente de combates levaram à violência sexual em larga escala contra as mulheres, reforçando seu status de desvantagem na sociedade sudanesa. Dado que o testemunho de uma mulher é considerado desigual ao de um homem, é raro que os crimes sejam denunciados e punidos.
Nesse contexto, as mulheres cristãs, especialmente cristãs de origem muçulmana, ficam mais vulneráveis à violência sexual. Elas podem enfrentar enormes perigos, como prisão domiciliar, casamento forçado, divórcio, deserdação e perda da guarda dos filhos, sem esperança de justiça.
Houve um aumento nos casos de sequestro e assassinato de homens cristãos por grupos radicais no contexto de conflito. Essa tática visa colocar a família cristã em extrema pobreza e deixar esposas e filhas vulneráveis a abuso sexual. Mas os homens podem ser perseguidos de outras maneiras.
A maioria dos líderes da igreja são homens, e o governo geralmente levanta contra eles uma série de acusações falsas, como terrorismo e apostasia, apesar de a lei de apostasia ter sido abolida em 2020. Os homens que se convertem ao cristianismo são vulneráveis a espancamento, prisão, assédio no local de trabalho e deslocamento. Eles também podem ser expulsos de casa, rejeitados pela família ou forçados a fugir por causa da pressão.
A Portas Abertas trabalha com parceiros locais no Sudão para fortalecer cristãos perseguidos por meio de treinamento de preparação para a perseguição, discipulado e projetos de desenvolvimento econômico.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Sudão são: opressão islâmica, paranoia ditatorial, opressão do clã e corrupção e crime organizado.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Sudão são: líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas, grupos paramilitares, parentes, redes criminosas, oficiais do governo, partidos políticos, líderes de grupos étnicos.