Posição no ranking:
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Os conflitos despontados em abril de 2023 ameaçam acabar com os avanços em direção à liberdade religiosa, alcançados após a deposição de Omar al-Bashir em 2019. Essa crise é a consequência de uma luta pelo poder entre o Exército Nacional e as Forças de Suporte Rápido (RSF, da sigla em inglês) e já causou a morte de mais de 9 mil pessoas e obrigou o deslocamento de quase 6 milhões de sudaneses, em apenas nove meses.
Mais de 165 igrejas foram fechadas e outras foram destruídas. Houve denúncias de violações de direitos humanos, como abusos sexuais, raptos e saques. E há preocupações de que o conflito proporcione apoio aos extremistas islâmicos, desfazendo as reformas feitas pelo governo civil de transição que deu mais liberdade aos cristãos, incluindo a abolição da lei de apostasia e a remoção do islã como religião oficial.
Os cristãos de origem muçulmana continuam a enfrentar enormes perigos. Alguns até mantêm a fé em segredo dos filhos, por medo de revelarem a fé dos pais à comunidade local.
Fikiru (pseudônimo), parceiro da Portas Abertas na África Oriental
Em 2020, o governo civil de transição do Sudão introduziu uma série de mudanças positivas que deram mais liberdade e proteção às mulheres. Uma delas foi o fim da necessidade de autorização de viagem, por um homem da família, para as sudanesas, além da proibição da da mutilação genital feminina.
Porém, a pandemia, o golpe militar e os recentes conflitos favoreceram um aumento da violência contra as mulheres, reforçando a inferioridade com que são tratadas pela sociedade sudanesa. Um exemplo é que o testemunho de uma mulher é considerado de menos valor do que o de um homem, e os crimes praticados contra meninas e mulheres raramente são denunciados ou punidos.
Nesse contexto, as cristãs de origem muçulmana podem enfrentar perigos como prisão domiciliar, casamento forçado, divórcio, perda da herança e da custódia dos filhos.
Houve um aumento nos casos de sequestro e assassinato de homens cristãos por grupos radicais, incluindo a milicia islâmica Janjaweed. Essa tática visa colocar a família cristã em extrema pobreza e deixar esposas e filhas vulneráveis a abuso sexual.
A maioria dos líderes religiosos são homens, e o governo acusa-os falsamente de terrorismo e apostasia, apesar da lei de apostasia ter sido abolida em 2020. Os homens que se convertem ao cristianismo são vulneráveis a espancamentos, prisão, assédio no local de trabalho e deslocamento. Podem ser expulsos de casa, rejeitados pela família ou forçados a fugir.
A Portas Abertas trabalha com parceiros locais no Sudão para fortalecer cristãos perseguidos por meio de treinamento de preparação para a perseguição, discipulado e projetos de desenvolvimento econômico.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Sudão são: opressão islâmica, paranoia ditatorial, corrupção e crime organizado, opressão do clã, hostilidade etno-religiosa.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Sudão são: líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas, redes criminosas, parentes, oficiais do governo, partidos políticos, líderes de grupos étnicos.
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