Portas Abertas • 27 mar 2020
Sem a atuação de professores, alunos mais carentes podem ver grupo extremista como única opção para mudança de vida
Além dos cristãos, os professores também são alvos dos ataques no Quênia. Os militantes do Al-Shabaab têm atuado principalmente nas áreas rurais nas fronteiras próximas à Somália. Segundo o artigo do jornal The Guardian, publicado em 10 de março, “milhares de professores deixaram os cargos nos últimos dois meses", assim que as autoridades locais começaram a retirar os profissionais das salas de aula nas escolas públicas.
A Portas Abertas noticiou que o grupo radical havia assassinado três professores de uma escola primária em Karmuthe, condado de Garissa. De acordo com o relatório da Live Now Africa, houve oito incidentes semelhantes na região este ano. Em 2015, a Universidade de Garissa foi cercada e atacada, resultando na morte de 148 pessoas e no ferimento de outras 79. Um analista de perseguição da Portas Abertas questiona a ação do governo: “Pode-se argumentar que a única maneira de salvar a vida dos professores é que eles se retirem, mas vários fatores falam contra isso”, explica.
Segundo ele, a ação cria uma crise educacional na região e incentiva os radicais a ampliar os ataques a outras instituições públicas. Outro problema é que a retirada dos professores e fechamento das escolas pode servir como propaganda em favor do extremismo islâmico. “Alguns desses jovens em idade escolar podem acabar em uma situação em que a única perspectiva de vida parece ser o recrutamento para o extremismo religioso. Portanto, é imperativo que as autoridades locais responsáveis pelo fechamento das escolas encontrem outras alternativas, em vez de se curvarem à influência de grupos islâmicos radicais", completa.
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