Viúva de pastor assassinado encontra consolo em Deus

Portas Abertas • 12 fev 2007


Há pouco mais de três meses, na manhã de 16 de outubro de 2006, o pastor Irianto Kongkoli, de 43 anos, um conhecido líder cristão, foi baleado na frente de sua esposa, Rita Aryanti Kupa.

Vários dias depois do incidente, a Portas Abertas visitou Rita e seus filhos - Gemala Gita Alfaria, 18 anos, Geraldi Dwi Risandi, 16, e Galathea Fulica Cristata, 5 -, em Palu, capital da província de Sulawesi Central.

Semanas depois daquele dia trágico, a polícia iniciou uma investida contra o terrorismo na província. As investigações identificaram várias pessoas envolvidas no assassinato do pastor. Uma delas é Abdul Muis. Depois de ser preso, em 11 de janeiro, Abdul confessou ter disparado o tiro que matou o pastor.

No dia 29 de janeiro, foi feita a reconstituição do crime no local. A polícia levou o suposto assassino. Rita e o segundo filho do casal também estavam presentes.

Em uma recente entrevista concedida à Portas Abertas, Rita contou emocionada como foi a experiência de rever o local em que seu amado marido foi morto. Como policial que é, Rita é firme em suas palavras, ainda que as tempere com esperança e fé, sabendo que o propósito de Deus prevalece, apesar dessa tragédia.

Portas Abertas: Como você se sente sabendo que a polícia prendeu o assassino de seu marido?
Rita:
Estou muito feliz. Gostaria de expressar minha gratidão aos policiais por terem feito um bom trabalho. Obrigada.

PA: Então, era isso que você esperava?
Rita:
Eu espero que ele não seja sentenciado a apenas alguns poucos anos de prisão. A punição precisa ser mais dura que isso.

Portas Abertas: Você compareceu à reconstituição do assassinato de seu marido onde viu Abdul Muis, o suposto assassino. Como se sentiu?
Rita:
Eu me senti como se quisesse vingança, assim como as crianças. Quando elas souberam que eu estava indo à reconstituição, no local do crime, me disseram para me vingar, mas, claro, eu não posso fazer isso. Estar no local me trouxe tristeza. As lembranças do assassinato passavam pela minha cabeça. Meus colegas policiais estavam inquietos. Eles se abraçaram e formaram um cordão para o caso de eu perder o controle e atingir o assassino. Mas eu orei ao Senhor, para que não ficasse tão sensível. Sim, eu estava angustiada. Eu senti o ódio queimando dentro de mim. Mas Deus me fortaleceu. Sua Palavra me fortaleceu.

PA: Que versículo em especial falou com você naquele momento?
Rita:
Não matarás (sexto mandamento), mas, além disso, a Bíblia também nos diz que Deus perdoa.

PA: Você perdoou os assassinos de seu marido?
Rita:
Eu já os tinha perdoado desde o início. Apesar disso, o processo legal precisa prosseguir. Acredito que Deus tem um belíssimo plano por trás disso. Se o pastor Kongkoli não tivesse sido assassinado, os casos violentos em Poso jamais seriam esclarecidos - casos que estão em andamento desde 1998 até hoje. Mesmo que às vezes eu sinta raiva do assassino, sempre volto à Palavra de Deus: perdoem e amem uns aos outros. Ao fazer isso, os assassinos verão como nós, cristãos, os tratamos, não buscando vingança. Deus nos diz para não matar, não julgar. Ele é o único Juiz, não é? Além disso, a vingança não vai trazer meu marido de volta. E mais uma coisa: agradeço ao Senhor por ter me permitido presenciar a morte do meu marido, que foi diferente dos casos de decapitação ou outros assassinatos que aconteceram em outros lugares distantes. Teria sido mais difícil para mim se fosse de outro jeito.

PA: Você pôde conversar com Abdul Muis no dia da reconstituição?
Rita:
Não. Não tive a oportunidade.

PA: Se você tivesse a chance de falar com ele, o que diria?
Rita:
Eu diria: "Como você pôde atirar num servo de Deus? Você não entende que isso é um enorme pecado? Só Deus pode tirar a vida de alguém. Como você pôde fazer isso?" Não ficaria com raiva, não. Em vez disso, eu precisaria lhe falar mansamente, com amor. Assim, ele poderia sentir Deus entrando em seu coração. Cada vez que eu oro, peço a Deus para perdoá-lo - porque ele não sabe o que fez. Eu gostaria de perguntar a esse homem: "Por que você matou um servo de Deus?". Mas, essa deve ter sido a vontade de Deus também, que a vida do pastor Kongkoli terminasse naquele dia.

PA: Sabemos que você passou por uma experiência difícil. Quais foram as pessoas que a ajudaram em meio a isso tudo?
Rita:
Deus. Ele me capacitou a estar recuperada e firme. As crianças também me deram força para continuar. Houve ocasiões em que quis o mesmo destino do meu marido, mas então eu me lembrava dos meus filhos. Posso facilmente pedir aos meus parentes para cuidar deles, mas o cuidado de mãe é diferente. Preciso estar forte por causa dos meus filhos. A morte do meu marido foi muito, muito dolorosa. As crianças ainda estão traumatizadas. Elas são novas e estão crescendo. Também estou preocupada como poderei sustentá-las.

PA: Como devemos orar por você e seus filhos?
Rita: Por favor, ore para que haja uma chuva das bênçãos de Deus, de modo que eu possa suprir as necessidades da minha família. Ore para que meus filhos tenham uma boa educação e que eles sejam bem-sucedidos. Esse foi o último desejo de seu pai. Ore também pela nossa saúde. Por fim, lembre-se de orar pela nossa filha mais nova; ela ainda está traumatizada por ter testemunhado a morte do pai. De vez em quando ela me pergunta por ele. Ore por nós.

Outros pedidos de oração:

 Ore pela situação em Sulawesi Central, especialmente Poso.
 Ore pela tentativa da polícia de capturar os outros militantes procurados; ore para que haja menos derramamento de sangue possível.
 Ore para que a paz finalmente reine nessa região de conflitos constantes.
 Ore também para que haja justiça.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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