Portas Abertas • 4 set 2007
O reverendo Hirak Adhikari batizou 42 ex-muçulmanos em Durbahari, Nilphamari, no dia 12 de junho de 2007. Mas logo após o batismo, os recém-batizados começaram a sofrer por causa da nova fé.
O acesso para a aldeia onde vivem lhes foi negado. Os vizinhos riram e fizeram chacotas... No dia 26 de junho, dez deles apanharam com golpes de bastões de madeira e chutes no tórax (leia mais). Nem sequer as mulheres foram poupadas. Eles receberam o prazo de 24 horas para deixar a aldeia, ou então os muçulmanos queimariam suas casas.
Os novos batizandos ainda foram presos, junto do reverendo Hirak. Só depois da pressão de grupos internacionais é que eles foram soltos, no dia 19 de junho.
A Portas Abertas levou comida e medicamentos. Uma semana depois do incidente, tivemos uma chance de conversar com o reverendo Hirak Adhikari sobre a recente experiência em Nilphamari. A seguir, os trechos desta entrevista:
Portas Abertas: Como você se manteve forte durante a perseguição?
HA: Foi a primeira vez em minha vida que enfrentei perseguição. A Palavra de Deus era chave durante este tempo difícil. A promessa de Deus em Isaías me ajudou muito. “Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o apoiarei com minha destra fiel." Este e outros versos me deram força para levantar, ser forte e falar corajosamente com os policiais e as pessoas da mídia. O Salmo 91 era o capítulo de minha meditação diária. Eu sabia que eu não tinha feito nada errado. Muitos serão perseguidos por causa da fé. Precisei ficar firme ao lado deles.
Portas Abertas: Qual foi a primeira coisa que você pensou ao ser mantido sob custódia?
HA: A primeira coisa foi que Deus deveria ter um propósito maravilhoso em minha vida e ministério. Ele iria fazer algo por mim que trouxesse glória a Ele.
Portas Abertas: Como sua família reagiu diante desta situação?
HA: No princípio, minha esposa estava ansiosa. Ela não conseguiu dormir e caminhou ao redor da delegacia a noite inteira. Então ela se ajoelhou e orou. Leu o Salmo 91 muitas vezes e foi confortada pela Palavra de Deus. As promessas dele a asseguraram que nada aconteceria a mim e aos outros crentes.
Portas Abertas: Como sua igreja respondeu à situação?
HA: Eles começaram a orar com outros crentes e convocaram muitos outros à intercessão. Eles me chamaram várias vezes para contar o que estavam fazendo. Eles também visitaram minha esposa e a confortaram.
Portas Abertas: O que mudará em sua vida depois do incidente?
HA: Eu confiarei mais em Jesus. Eu estarei mais consciente e preparado para enfrentar situações como esta. Eu aprendi a falar corajosamente e sei que estarei pronto para compartilhar o amor dele e o perdão em qualquer situação.
Portas Abertas: Como está Sanjoy (evangelista e pastor) após os incidentes de 26 de junho?
HA: Sanjoy está muito bem agora. Todos os dias ele visita a casa de irmãos cristãos para encorajá-los e orar por eles. Ele também os ajuda nas necessidades com recursos que ele têm. Ele não tem medo de nada. E aproveita cada oportunidade para compartilhar o Evangelho. Ele também medita na Palavra de Deus todos os dias.
Portas Abertas: Como estão os dez recém-batizados?
HA: Eles têm dificuldades para ganhar dinheiro. Muitos foram roubados. Outros foram demitidos do trabalho depois que se tornaram cristãos. Os pequenos negócios deles estão sofrendo, porque os muçulmanos não compram mais por medo dos líderes religiosos.
Portas Abertas: O que acontecerá a seu ministério e igreja depois deste incidente?
HA: Os muçulmanos, e até mesmo o governo, terão mais atenção sobre nosso ministério e atividades. Eles tentarão trazer falsas acusações contra nós. Assim nós temos de ter muito cuidado no futuro. Mas eu acredito que nossa igreja ficará mais forte e crescerá muito em tamanho após esse incidente. Esses crentes nunca mais voltarão à fé antiga, mesmo que tenham de enfrentar muitos problemas.
Portas Abertas: Quais são seus pedidos de oração?
HA: Por favor, ore para que Deus nos dê sabedoria, paciência, amor pelas pessoas, e influência para ampliar o reino dele. Peça para que nos tornemos obedientes até a morte. Nós queremos ser como Jesus. Ore para que sejamos corajosos ao proclamarmos a mensagem dele, e para que os crentes cresçam e se fortaleçam ainda mais na fé.
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