Tensões étnicas geram insegurança e violência em Mali

Além da influência jihadista, conflitos entre povos fulani e dogon resultam em mortos e desalojados na região central

| 05/02/2019 - 00:00

Civis enfrentam violência étnica e insegurança na região central do país

Civis enfrentam violência étnica e insegurança na região central do país


Líderes da igreja pedem oração por Mali e cristãos afetados por tensões étnicas no país. Em 2018, civis na região central do país foram encurralados pela insegurança e violência étnica alimentadas por realidades socioeconômicas e influência jihadista. A ONU estima que mais de 500 pessoas morreram em conflitos entre membros dos grupos étnicos fulani e dogon no ano passado. Os jihadistas causam insegurança em todo o país e na sub-região de Sahel, apesar do apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e forças francesas e regionais ao governo. Mortes e desalojamentos são registrados todos os dias.

De acordo com o jornal The McGill International Review, os dois grupos têm se enfrentado quanto ao acesso a recursos, como terras, água e gado ao longo dos anos. Nestas disputas de terras, os dogon, com poucas terras, não foram capazes de se sustentar por meio da agricultura. Para não enfrentar a fome, alguns homens voltaram aos padrões tradicionais de caça, ficando conhecidos como caçadores dozo. Entretanto, além de providenciar comida, os dozo deram início a violentos ataques contra os fulani. Um exemplo é o ataque ocorrido em 1º de janeiro, quando 37 fulanis foram mortos. De acordo com contatos locais, as questões étnicas foram inflamadas por organizações terroristas, o que resultou em instabilidade, permitindo o recrutamento dessas populações vulneráveis.

As áreas mais críticas são entre San, na região de Ségou, e Koro, na região de Mopti. O governo enfrenta muitas críticas por não controlar a situação. “Após diversos incidentes, o governo condenou as mortes, mas falhou em prover a proteção necessária para as pessoas, deixando que elas cuidassem de si mesmas”, uma fonte local disse à Portas Abertas. Embora cristãos não sejam alvos específicos, os efeitos são sentidos por nossos irmãos. “Os grupos de desabrigados pela guerra aumentam a cada dia. Alguns campos de refugiados têm pessoas em situações muito precárias. A violência dos jihadistas impede as pessoas de plantar e, por isso, as famílias enfrentam a fome”, informam pastores locais.

Para a igreja, o grande desafio é acompanhar para onde os cristãos fugiram e ajudar em suas necessidades. O pastor François Yorou disse a parceiros da Portas Abertas: “Sempre que há casos, nós os dividimos entre as igrejas. O triste é que essas pessoas vêm a nós desprovidas de tudo, de fome à falta de roupa. Nós damos nosso melhor, sendo solidários para recebê-los aqui”. A insegurança contínua complica as coisas ainda mais. Aqueles que decidiram voltar para suas vilas, enfrentam circunstâncias muito difíceis. “Os jihadistas cometem atos muito sérios nestas áreas, como destruição à propriedade, violência sexual, morte e outras violências conforme a doutrina islâmica. Eles tiram pessoas de suas propriedades, violentam mulheres, queimam celeiros e saqueiam animais”, explicaram trabalhadores.

Pedidos de oração

  • Ore pela proteção do Senhor e provisão para todos os cristãos afetados pela complexa situação atual.
  • Apresente aqueles que decidiram voltar para as vilas ocupadas para que encontrem refúgio no Senhor.
  • Peça por sabedoria e recursos necessários para que a igreja continue cuidando dos desalojados e ministrando aos traumatizados.

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