Portas Abertas • 20 nov 2015
Não é em Papua que se concentra o maior nível da perseguição religiosa na Indonésia. No entanto, a província possui alguns perigos: a enorme disparidade econômica; a pobreza extrema; os sistemas de educação, saúde, infraestrutura; a história de abusos dos direitos humanos e de agressão militar. Todos esses motivos são responsáveis pela discriminação na sociedade. Muitos acreditam que os papuásios são maltratados em função da raça, da cultura, e principalmente, da religião.
Diferente da maioria dos indonésios que professam a fé islâmica, o cristianismo tinha sido abraçado pelos papuásios muito antes do Dia da Independência, em 1945. O medo da islamização começou com o nascimento da nação. Na verdade, a propagação do islã na Papua é inevitável. O transporte público, cada vez mais acessível na Indonésia, permitiu que pessoas de várias partes do país fossem para Papua atrás de melhores oportunidades econômicas.
Quem sofre também com o cenário são as crianças, que são obrigadas a aprender o islã. Duas mil e duzentas crianças de Papua foram levadas para a ilha de Java e matriculadas em uma escola islâmica. Compreendendo esse problema, a Portas Abertas visitou inúmeras vezes a província para construir uma rede de líderes das igrejas, fortalecer o corpo de Cristo e prepará-los para uma mudança súbita que pode provocar tensões.
Por essa razão, a Portas Abertas realizou o treinamento ""Permanecendo Firme Através da Tempestade"" em Biak, base militar da Indonésia, na província de Papua. O treinamento teve como objetivo preparar igrejas para responder biblicamente em tempos de perseguição. Embora Biak seja relativamente estável, a ansiedade tem aumentado devido ao rápido aumento de muçulmanos.
Durante as apresentações do seminário, os participantes manifestaram suas preocupações. Seus tons variavam entre choque, medo e raiva. Anita, membro de um fórum de prevenção de conflitos, não se conforma com o crescimento do fundamentalismo islâmico na região. ""Um complexo de mesquita e uma escola islâmica foram construídos em uma área local. Nós suspeitamos que as discussões entre extremistas muçulmanos estejam crescendo lá "", disse ela.
Sentindo as tensões crescentes, a Portas Abertas agarrou a oportunidade de abrir os olhos dos pastores e líderes locais. ""Como vocês podem transformar essas ameaças em oportunidades? Vamos transformar essa ansiedade em uma abordagem estratégica e bíblica para compartilhar o evangelho?"", desafiou um ministrante. Os participantes responderam positivamente e deixaram o seminário com o compromisso de orar pela Igreja Perseguida. ""Obrigado, Portas Abertas, por nos iluminar. Estamos agora em condições de desenvolver uma estratégia adequada para futuras grandes mudanças"", disse Stephen, um participante do curso e pastor local.
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