Portas Abertas • 24 fev 2022
A viúva não participou do enterro e diz que foi muito difícil aceitar isso (foto representativa)
Recentemente, publicamos sobre a morte do pastor e capelão Isaac Muhindo Baraka, em Kambua, na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC). O pastor desapareceu nas primeiras horas do dia 24 de novembro e, dois dias depois, o corpo dele foi encontrado.
Pouco tempo depois do incidente, uma equipe de parceiros locais da Portas Abertas visitou a viúva do líder cristão, Esther Kavira Kausa. Ela ficou surpresa com a visita porque não esperava que outros cristãos a visitassem. Ela ficou muito feliz ao ouvir e ver que ela não estava sozinha e que havia muitas pessoas orando por ela.
O pastor Isaac tinha 33 anos e era conhecido localmente também como Idriss. Acredita-se que ele morreu em 25 de novembro de 2021. Caçadores descobriram seu corpo pendurado em uma árvore perto do complexo da igreja em Kambau. Os moradores acreditam que ele foi estrangulado porque tinha o costume de evangelizar na região.
A esposa Esther, de 27 anos, que estava grávida, acabou entrando em trabalho de parto prematuro ao receber a notícia por um vizinho. “Eu senti uma dor tão profunda que não pude suportar. Eu não conseguia pensar direito”, contou. Esther foi levada às pressas para o hospital e deu à luz no dia seguinte, 27 de novembro de 2021, o mesmo dia em que o marido foi enterrado.
Esther não participou do enterro ela conta que foi muito difícil aceitar isso. Ela também relata que o filho mais velho, Samuel, de 6 anos, viu o corpo do pai sendo baixado para o túmulo e que para ele o pai está dormindo. “Ele fica me dizendo: ‘Papai está dormindo. Ele foi para o céu’. Para mim o choque foi demais, mas agradeço a Deus que as crianças estão indo bem. Deus dá força”.
Por enquanto, ela está com os sogros, com os três filhos – de 6 e 3 anos e o bebê de alguns meses – e a irmã de Isaac, de 12 anos, que vive com eles desde pequena. Esther espera encontrar uma atividade em breve para ter renda e cuidar da família. Ela era professora primária em Beni até se juntar a Isaac em Lubero em setembro, apenas um mês antes de seu assassinato.
A equipe local da Portas Abertas levou comida (arroz, feijão, óleo, açúcar, leite, sal), sabão e outros itens para Esther. “Estou muito feliz em ver que estamos em unidade em Cristo e continuaremos apoiando uns aos outros na fé. Sei que não vai faltar nada porque meus irmãos continuarão nos ajudando e orando por nós. Obrigado por nos fazer tão bem. Que Deus os abençoe!”, agradeceu Esther. Durante os tempos difíceis, Esther é confortada pelas Escrituras. Ela disse que com o apoio dos irmãos na fé de todos os lugares, tem a certeza de que Deus está com eles e permanecerá até o fim.
De acordo com o parceiro local da Portas Abertas, apesar de ter ficado muito feliz com a visita e ter recebido auxílio financeiro e material, Esther ainda precisa de acompanhamento e apoio. “Continuem orando por nós para que Deus nos sustente na fé e possamos criar nossos filhos em seus caminhos”, pediu Esther enquanto a equipe se despedia.
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