Portas Abertas • 16 fev 2016
É coerente se lembrar de que o inimigo é real, vive e usa sua maldade para espalhar medo, ódio, dor e indignação pelo mundo. Por onde ele passa fica um rastro de destruição. Então, o instinto humano faz despertar um mecanismo de defesa, aquele que faz qualquer um ter vontade de lutar contra ele, sem perceber que passamos a lutar contra outros seres humanos, e não contra o inimigo propriamente dito. A realidade à luz da Bíblia é que a diferença entre nós e as pessoas que querem o nosso mal, é simplesmente a graça de Deus.
Num contexto de perseguição religiosa, é preciso aplicar a Palavra de Deus e entender que o ‘outro’ ser humano que ataca um cristão, inspirado pelo inimigo, se tivesse a graça de Deus sobre a vida dele, se arrependeria e seria um de nós, passando a viver pelo amor e não mais pelo ódio. Um ótimo exemplo disso é Paulo, que era perseguidor de cristãos e pela graça do Senhor passou a fazer parte da família de Deus, sendo também perseguido, preso, açoitado e humilhado por amor a Cristo. Se lembrarmos de Paulo cada vez que lermos uma notícia sobre terroristas atacando cristãos, então nossas orações serão mais sábias.
Dói saber que milhares de pessoas estão sendo massacradas por facções extremistas muçulmanas, que perdem seus entes queridos da pior maneira, têm suas casas invadidas, suas igrejas derrubadas e suas cidades tomadas por terroristas. Sim, dói muito ver a situação dos refugiados, das adolescentes sequestradas e das crianças que são forçadas a lutar no exército deles. Assim como também é doloroso ver jornalistas sendo executados, cristãos decapitados na beira do mar ou presos como se fossem criminosos. Mas Jesus também passou por isso, foi crucificado e morto como se fosse um marginal, sendo ele o autor da fé, do amor e da igreja da qual fazemos parte hoje.
O que nos torna diferentes não é um título de ""cristão"", mas o nosso posicionamento cristão diante de tudo isso que está acontecendo. O que Jesus faria em nosso lugar? Certamente amaria o ser humano que está por trás das cortinas do inimigo, atacando o nosso povo. Jesus olharia nos olhos de um terrorista, assim como lançou seu olhar carinhoso para Pedro, e diria ""mesmo assim eu te amo"". Somente o amor pode despertar a alma de um terrorista, mas como isto pode acontecer se a maioria não enxerga o ser humano perdido que está por trás de sua maldade? A essência do cristianismo está bem resumida na passagem de Mateus 5.44-45 ""Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos"".
O cristão que compreende estas palavras e as pratica, com certeza sentirá a paz que excede todo o entendimento. Pratique isto, e ore pelos terroristas e perseguidores, para que eles sejam tocados pelo amor misericordioso de Cristo. Lembre-se, mais uma vez, que o apóstolo Paulo também foi um terrorista, mas foi resgatado. Ele mesmo lançou esse desafio quando disse em sua carta aos Romanos 12 (17 ao 21), medite e veja as instruções. Por isso, ajoelhe-se e ore sempre que ouvir sobre os ataques do Estado Islâmico, Boko Haram, Al Qaeda ou qualquer outro grupo que o inimigo use para atacar os cristãos. Continue ajudando os cristãos perseguidos, mas também ore pelos perseguidores, para que tenham um encontro com Cristo. Isto vai mudar não somente a vida deles, mas a vida da igreja.
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