Portas Abertas • 22 jul 2021
Apesar de serem 10% da população, cristãos são excluídos pela sociedade egípcia
No dia 23 de julho de 1952, iniciava a Revolução do Egito que libertaria o país do imperialismo e instituiria a república. Um grupo de soldados denominados “Oficiais Livres” depuseram o rei Faruk I e tomaram o poder com o objetivo de modernizar o território e promover a recuperação econômica.
Logo no início, os militares tomaram o poder e promoveram ações como a extinção dos partidos políticos, a industrialização e o combate ao fundamentalismo islâmico. A intenção dos novos governantes era a criação de um Estado socialista adaptado e a unificação do mundo árabe.
Os planos não deram certo e o país ficou sob o governo de Hosni Mubarak por 30 anos. Com a derrubada do ditador em 2011, os militares voltaram ao poder. Mas um novo golpe foi dado e Abdel Fattah Al-Sisi assumiu a presidência e tem governado a nação até hoje, com punho de ferro.
Apesar de uma forte crença de que o Egito seria uma nova nação a partir das mudanças políticas e sociais, muito da cultura que discriminava os cristãos egípcios se manteve intacta. Em alguns casos até piorou, como consequência do radicalismo do islã.
O Egito ocupa a 20ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022 e a perseguição aos cristãos no país acontece principalmente no nível da comunidade. Os incidentes ocorrem com mais frequência no Alto Egito, parte sul do país, onde os movimentos salafistas exercem uma forte influência nas comunidades rurais devido aos altos níveis de analfabetismo e pobreza.
Os incidentes podem variar desde mulheres cristãs sendo assediadas enquanto caminham na rua até comunidades cristãs expulsas de casa por multidões extremistas. Os seguidores de Jesus no Egito enfrentam perseguição vinda principalmente de oficiais do governo, amigos e familiares, comunidade, líderes religiosos não cristãos e grupos violentos. Os principais tipos de perseguição são paranoia ditatorial, opressão islâmica e opressão do clã.
No dia 13 de julho de 2021, três cristãos foram presos no Egito após ajudarem uma jovem muçulmana que fugia de casa devido ao casamento forçado que os pais arrumaram para ela. As autoridades locais interrogaram a jovem e mesmo ela contando que os cristãos a ajudaram e foram respeitosos, eles foram acusados de sequestro e presos.
Alguns crimes contra os cristãos também são julgados. No dia 15 de junho do mesmo ano, dez muçulmanos radicais foram sentenciados à prisão pelo ataque a uma comunidade cristã no estado de Minya. Os homens foram considerados culpados pelo incidente em maio de 2016 e passarão cinco anos na prisão. Os réus faziam parte de uma multidão que atacou os cristãos por causa de rumores de um caso entre um homem cristão e uma mulher muçulmana divorciada.
Em abril de 2021, uma jovem cristã de 20 anos foi agredida enquanto voltava para casa após culto em uma igreja na região em que vive. Um homem tentou assediar a cristã e ela tentou se defender dele; mas ele a atacou e a agrediu no rosto com uma garrafa. Após o ataque, o agressor e alguns familiares dele invadiram a casa de Marian e também atacaram os pais idosos da jovem.
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