História da perseguição aos cristãos

HISTÓRIA DA PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS

Entenda como a perseguição tem acompanhado a história da igreja ao longo dos séculos

Desde o triste dia em que Caim se levantou contra seu irmão e o matou, a perseguição tem se espalhado sobre a Terra. Do ponto de vista espiritual, os ataques são ainda anteriores aos eventos do Jardim do Éden, remontando ao tempo em que o orgulho de Satanás o fez desejar ser igual a Deus.

Nos dias de hoje, a batalha histórica entre o bem e o mal continua de maneira incessante e a injustiça se acumula, muitas vezes chocando qualquer observador da perseguição ao cristianismo.¹

Há quanto tempo os cristãos são perseguidos no mundo?

A perseguição, como temos visto, nunca se afastou da igreja. Certamente, para os que viveram durante as primeiras ondas de perseguição que varreram a história eclesiástica, ser perseguido parecia fazer parte normal da vida cristã.

De fato, a perseguição tem acompanhado a história da igreja, mas ela vem e vai como o movimento das ondas do mar. Os períodos de “tolerância” foram conseguidos a duras penas, seguidos inevitavelmente por novos ataques, tanto por forças de fora da igreja ou, tragicamente, de dentro dela própria. Nós, no Ocidente, no início do terceiro milênio, temos desfrutado de um longo período de liberdade religiosa. A história, no entanto, nos ensina que não há garantia de que essa liberdade continue.

Os primeiros dias de sofrimento foram esporádicos e localizados, mas, depois do incêndio de Roma no ano 64 d.C., o imperador Nero fez dos cristãos o bode expiatório para a tragédia, e a opressão se espalhou. Aqueles que professavam o cristianismo eram torturados e queimados.

Era o começo da perseguição por todo o Império, que acabou por alcançar a igreja em todos os cantos.

Como consequência da perseguição, grande parte do Novo Testamento foi escrito na prisão.

No século 2, o autor anônimo da Carta a Diogneto² mostrava a perseguição como parte integral da experiência cristã. Ele escreveu, referindo-se aos cristãos, que eles “amam a todos, mas são perseguidos por todos. São desconhecidos e condenados, recebem a pena de morte e ganham a vida”.

Pintura de Cristo em frente a pilatos de Mihály Munkácsy, de 1881

A igreja primitiva teve um rápido crescimento e sofreu repetidos períodos de perseguição. “Se o rio Tigre chega às paredes, se o rio Nilo não cobre os campos, se o céu não se move ou se a terra o faz, se há fome, se há praga, o brado é rápido: ‘Os cristãos aos leões!’”, escreveu Tertuliano³ a respeito dos cristãos, pois eram apontados como culpados por tudo o que acontecia de errado no Império Romano.

Em 250 d.C., durante a mais violenta perseguição que a igreja já enfrentara, o imperador determinou que todos os cidadãos fizessem sacrifícios aos deuses romanos. Eram entregues certificados aos que obedeciam; os que não o faziam, eram presos ou executados.

Em 303 d.C., o imperador romano Diocleciano ordenou a destruição de todas as igrejas, o confisco dos livros cristãos, a demissão de todos os cristãos do exército e do governo e a prisão do clero.

Durante esse mesmo período, Eusébio relatou casos de muitas cidades cristãs que foram arrasadas na Ásia Menor. Essa é considerada a última e “Grande Perseguição”, talvez a mais sangrenta aos cristãos no Império Romano.

Quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano?

Finalmente, a liberdade foi obtida pelo derramamento do sangue dos mártires. Constantino adotou o cristianismo como religião oficial no ano de 313 d.C.

Uma paz incerta reinou no período que se seguiu. Durante quase 200 anos, a ordem do dia era constituída de certa tolerância, pelo menos dentro das fronteiras da “civilização”.

Os fiéis missionários que se atreveram a levar o evangelho às tribos bárbaras fora do mundo “civilizado” – isto é, fora do Império Romano –, os principais povos germânicos, como os hunos, vândalos, visigodos, ostrogodos, francos, lombardos e anglo-saxões, continuaram a enfrentar perseguições.

O historiador norte-americano Kenneth Latourette (1884-1968) chamou o período entre 500 d.C. e 1500 d.C. de “os mil anos de incerteza”.

Durante esses dez séculos, o cristianismo enfrentou dois inimigos poderosos e ameaçadores que trariam dor e sofrimento a muitos. A luta era contra os bárbaros e o islamismo.

O primeiro inimigo, os bárbaros, seria finalmente superado com dor e sofrimento, alcançando-se o triunfo do evangelho.

Durante o período chamado pelos historiadores de Idade das Trevas, tribos bárbaras varreram o continente eurasiano em direção ao oeste, vindas dos campos e desertos da Ásia Central, região conhecida como o “berço” das nações. Os bárbaros enterraram todos os vestígios do Império Romano e expulsaram os moradores nativos para as montanhas. A parte estimulante e inspiradora dessa história é que a igreja despertou para o desafio e enviou missionários, como Columba de Iona (521-597, monge irlandês que reintroduziu o cristianismo entre os pictos, na Escócia) e Bonifácio (672-754 ou 755, conhecido como o Apóstolo dos Germanos), para ganharem os bárbaros para Cristo.

Foi um trabalho difícil e demorado, e a perseguição nunca esteve ausente. “Cada rebelião do povo era acompanhada pelo ressurgimento do paganismo, e a longa história de martírio e de massacres lança um brilho fúnebre ao processo pelo qual os saxões foram finalmente convertidos”, comenta o historiador Stephen Neil (1900-1984).

Em poucos anos, a igreja foi destruída no Norte da África e subjugada no Oriente Médio, vendo sua própria existência ser ameaçada. Nos cem anos que se seguiram à morte de Maomé, seus seguidores levaram suas crenças até o coração da cristandade, alcançando Jerusalém (638 d.C.), Cesareia (640 d.C.) e Cartago (697 d.C.). Por volta de 715 d.C., a maior parte da Espanha havia caído perante os muçulmanos, que só conheceriam a derrota no ano de 732 d.C., quando foram banidos por Carlos Martel em Tours, na França.

Para as igrejas que sobreviveram, as consequências das conquistas muçulmanas foram treze séculos de escravidão, a redução dos cristãos à condição de cidadãos de segunda categoria, a humilhação e a perseguição institucionalizada.

Ser cristão e viver sob domínio islâmico naquela época significava ter de pagar uma taxa per capita e ver os filhos serem levados pelo imperador árabe.

A igreja institucionalizada, com sede em Roma, estava ganhando novas doutrinas e passou a gerar forte insatisfação em alguns de seus membros. Eles começaram a buscar uma nova espiritualidade, independente das autoridades clericais e mais fundamentadas nas Escrituras sagradas.

Esses movimentos acabariam levando à Reforma e a uma nova onda de perseguição que, nascida dentro da própria igreja, duraria quase 500 anos. Era o começo de uma luta que tornaria a perseguição parte da experiência cristã, como nos primeiros 300 anos de existência da igreja.

A reação do papado em relação a todos os novos movimentos foi rigorosa e inevitável. No século 12, os valdenses foram perseguidos e excomungados. Em 1415, o reformador religioso John Huss (1369-1415) foi morto na fogueira. Em 1498, Girolamo Savonarola (1452-1498), um padre dominicano que pedia reformas na igreja católica foi martirizado.

No início do século 16, a reforma de Lutero começou um movimento de renovação espiritual que tornaria novamente a perseguição e o martírio uma parte comum do preço do compromisso espiritual com Cristo.

Lutero pregando as 95 teses de Ferninand Pauwels de 1872

Quarenta anos após Lutero ter fixado suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanhã, John Foxe publicou “O livro dos mártires”, uma das publicações mais influentes a aparecer na Inglaterra ao longo de um período de 200 anos. Na era elizabetana (período entre 1558 a 1603), toda casa tinha a Versão Autorizada da Bíblia e um exemplar da obra de Foxe.

Foxe documentou a vida dos que haviam sido perseguidos e morrido por sua crença ao longo dos anos, como precursores da Reforma Protestante: Wycliffe e Huss, Jerônimo de Praga, Tyndale e John Hooper, Ridley, Latimer e Cranmer. A popularidade do livro é uma prova de que a perseguição era parte do preço que muitos cristãos esperavam pagar por sua fé naqueles tempos tumultuados.

A história ainda apresenta a nós vários outros exemplos de intolerância à religião cristã. Na Europa continental, os anabatistas – que desenvolveram ideias tidas como radicais tanto no âmbito religioso quanto no social – tiveram seus próprios mártires e sofreram 25 anos de amarga perseguição.

Na Inglaterra, os cristãos puritanos tiveram de deixar o país no século 17 em busca de liberdade religiosa nas colônias norte-americanas. Na França, dez mil protestantes franceses foram massacrados na noite de São Bartolomeu. Mesmo após o Edito de Nantes – decreto promulgado em 1598 pelo rei Henrique 4 que concedia liberdade religiosa aos protestantes –, os huguenotes continuariam a ser perseguidos no país. Jean Crespin (1520-1572), um advogado, registrou a realidade enfrentada pelos protestantes franceses em seu livro “The Martyrologe”, um testemunho do sofrimento dos huguenotes e dos valdenses, assim como da condenação de centenas de cristãos às galés, navios movidos a remos.

Durante cerca de 300 anos, os cristãos reformados (e, em certo grau, os católicos em países protestantes) sofreram violenta perseguição.

Uma nova tolerância finalmente se instalou na Inglaterra e na Holanda no final do século 18, enquanto no restante da Europa isso aconteceu no final do século 17. Cansada das sangrentas guerras religiosas e inspirada pelo pensamento “iluminista”, de que a religião deveria ser separada da vida cotidiana, a perseguição aberta acabou no Oeste da Europa e na América do Norte (apesar de continuar havendo uma certa discriminação contra os protestantes nos países católicos).

No final do século 19, impérios “cristãos” europeus encontravam-se espalhados pelo mundo. Sob o manto protetor dos poderes coloniais, aquele havia sido o século da grande missão, e igrejas haviam sido plantadas nas nações recém-colonizadas.

A igreja acreditava que podia alcançar o mundo antes do início do século 20. A perseguição era esporádica, e os que sofriam eram os nativos convertidos.

Até Samuel Zwemer (1867-1952), um importante missionário norte-americano que atuava no mundo muçulmano, acreditava que era apenas uma questão de tempo para que os muçulmanos fossem alcançados para Cristo. De alguma forma, a igreja ocidental esqueceu que a perseguição existia.

Cem anos de relativa paz acabaram de repente para a igreja nos primórdios do século 20. Apesar da alegação de alguns, não há certeza de que esse tenha sido o século em que os cristãos mais enfrentaram perseguições, mas a ideologia comunista foi uma das responsáveis pela hostilidade contra os seguidores de Jesus.

A doutrina ateísta tinha o objetivo de alcançar o mundo todo, assim como as visões do islamismo e cristianismo. Logo na Revolução Bolchevista de São Petersburgo, em 1917, a igreja foi a primeira a ser perseguida onde quer que o comunismo fincasse o pé. A rapidez de suas conquistas e o grau de opressão da igreja tornou sua violência comparável à atuação dos exércitos árabes do século 7.

Durante os 70 anos em que viveram sob a influência de Moscou – e ainda hoje em países comunistas como a China, a Coreia do Norte, o Vietnã e Cuba –, os cristãos têm sofrido discriminação, tortura, violência, prisão e assassinato por causa da fé.

Irmão André e o fusca cheio de Bíblias na Iuguslávia. Os exemplares foram entregues na União Soviética

Em 1975, dois cristãos ortodoxos soviéticos, Gleb Yakunin e Lev Regelson, escreveram para o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que organizava a 5ª Assembleia em Nairóbi, lamentando que “o assunto da perseguição religiosa deixava de ocupar o lugar que merecia”. O CMI se recusava a discutir a perseguição da igreja nos países comunistas, enquanto levantava a voz para falar sobre os Direitos Humanos em outras partes do mundo. Muitos cristãos no mundo comunista também se sentiram traídos quando outros evangélicos se recusaram a defender a causa deles.

Houve poucas vozes que defenderam a Igreja Perseguida, como o Irmão André, Richard Wurmbrand, Michael Bordeaux e outros. No entanto, eles foram vozes no deserto.

A perseguição aos cristãos na China é antiga, pois já acontecia desde a dinastia Ming, entre 1368 e 1644, quando os cristãos foram expulsos do país. Mas a perseguição como conhecemos hoje começou em 1949, quando a República Popular da China foi criada. Isso indicava que todas religiões que exigiam a lealdade dos chineses em detrimento do Estado seriam violentamente combatidas. E o resultado foi a fuga de missionários cristãos estrangeiros do país.

Propaganda militar em Dandong, nordeste da China.

Apesar de existir uma igreja permitida pelo Estado chinês, essa deve lealdade ao Partido Vermelho e precisa agir conforme as regras e valores dele.

Hoje, existem 96,7 milhões de cristãos na China que enfrentam a hostilidade vinda de oficiais do governo, partidos políticos e líderes religiosos não cristãos. O atual presidente Xi Jinping tem se mantido no poder por meio de um forte combate a qualquer ideia que possa ameaçar a autoridade máxima dele. Nesse cenário, os cristãos convertidos de outras religiões e de minorias religiosas, como os muçulmanos de Xinjiang, também são alvos de ações mais diretas.

A ideologia de Adolf Hitler não permitia que existisse uma instituição autônoma do governo, logo algumas igrejas cristãs, como a Católica Romana, se subordinaram ao Estado Alemão em 20 de julho de 1933. Ambos os poderes viam o ateísmo como inimigo e fortalecedor da imoralidade.

Infelizmente, algumas igrejas se submeteram ao governo e fizeram parte do sistema nazista, como a Evangélica de Berlim e de Brandemburgo. Elas coordenavam um campo de trabalhos forçados entre 1943 e 1945, onde centenas de pessoas do Leste Europeu eram obrigadas a cavar covas e realizar a manutenção em um cemitério.

Eles faziam parte de um plano de Hitler de criar uma Igreja Nacional, baseada na ideologia nazista. Anos mais tarde, os líderes dessas igrejas reconheceram o erro e contribuíram com 4,9 milhões de dólares para um fundo de auxílio para as vítimas do nazismo.

Corrie ten Boom e o Irmão André compartilham as belezas contidas na palavra de Deus

Porém alguns pastores e cristãos pagaram com a própria vida por se posicionarem contra o regime nazista, como Dietrich Bonhoeffer. O ministro da Igreja Luterana e professor universitário deixava claro a posição contra a ditadura nazista e defendia que a igreja precisava se opor à injustiça do Estado e tinha o dever de apoiar as vítimas, mesmo elas não pertencendo à comunidade cristã, como era o caso dos judeus. Ele foi membro fundador da Igreja Confessante em 1934, ala protestante contrária ao nazismo. Mas em 1943, foi preso, passou pelo campo de concentração de Buchenwald e foi enforcado em abril de 1945.

Outros, como a família de Corrie ten Boom, da Holanda, abrigavam judeus em casa, a salvo dos nazistas, quando vários países da Europa tinham sido invadidos pelo exército do Terceiro Reich. Em 1944, a casa dos cristãos holandeses foi invadida e todos foram levados para a prisão de Scheveningen, onde o pai da família faleceu. Depois passaram pelos campos de concentração de Vught, na Holanda, e de Ravensbrück, na Alemanha. Na última prisão, Corrie perdeu a irmã Betsie. Em 1944, a cristã foi libertada da prisão por um erro burocrático, porém as colegas de prisão da mesma idade de Corrie foram mortas uma semana após a soltura dela.

Os primeiros livros cristãos chegaram na Península Coreana em 1603, por meio de um diplomata que tinha ido a Pequim. Ele começou a propagar sobre Jesus no território. Mas em 1758, o rei Yeongjo de Joseon proibiu o cristianismo no país e os cristãos passaram a ser perseguidos severamente entre 1801 e 1866. Nessa época, aproximadamente oito mil seguidores de Jesus foram mortos por causa da fé.

Em 1905, com a anexação da Coreia do Norte ao Japão, houve um aumento no número de seguidores de Jesus no país e, em 1907, houve um grande avivamento no território. A capital Pyongyang chegou a ser conhecida como a “Jerusalém do Oriente”. Mas os japoneses perseguiam os cristãos para forçá-los a se curvar ao imperador.

Kim Du-bong (1889–1958) e Kim Il-sung (1912–1994) foram os dois primeiros ditadores da Coreia do Norte 

Após a derrota dos japoneses na Segunda Guerra Mundial, Kim Il-sung chegou ao poder e impôs um regime comunista e ateísta na Coreia do Norte. Iniciou-se uma guerra civil – a Guerra da Coreia (1950-1953), quando a Coreia se separou em dois países, Coreia do Norte e Coreia do Sul. A partir de então, muitos cristãos fugiram e dezenas de milhares de cristãos foram mortos, presos ou banidos do país. A igreja passou a ser clandestina e não poderia ter presença visível como antes. Opaís é número 1 na Lista Mundial da Perseguição desde 2002.

Logo que surgiram os primeiros casos e mortes de COVID-19, boa parte dos países impuseram uma quarentena. Foi a maneira sugerida pela Organização Mundial da Saúde para conter a alta propagação do coronavírus. A medida afetou duramente os trabalhadores diaristas, que ficaram sem conseguir arcar com despesas básicas,como alimentação e moradia.

Nesse cenário, os governantes se viram obrigados a fornecer ajuda básica para a população mais necessitada; porém, em países como Índia, Nepal e Vietnã esse apoio foi negado aos cristãos.

Cristãos indianos foram alguns dos mais afetados pela perseguição durante a pandemia da COVID-19

A atitude revelou a hostilidade e aumentou a vulnerabilidade dos que decidiram seguir a Jesus. No entanto, a Portas Abertas recebeu o apoio de irmãos e irmãs ao redor do mundo para socorrer aqueles que não tinham como sobreviver no período de quarentena.

Outro ponto foi que alguns cristãos indianos denunciaram que foram tratados com diferença nos hospitais públicos do país. Os hindus ficavam separados dos muçulmanos e cristãos e tinham prioridade no atendimento.

Em locais da África Subsaariana, onde há ação de grupos extremistas como Boko Haram e Al-Shabaab, os ataques às vilas cristãs continuaram mesmo em períodos de quarentena. Além disso, radicais islâmicos espalhavam que os cristãos eram os culpados e os mais atingidos pela pandemia.

Porque os radicais hindus, islâmicos e budistas combatem violentamente as religiões minoritárias, como o cristianismo. De acordo com a crença deles, todas as pessoas que professam uma fé diferente são infiéis, traidoras e merecem ser expulsas ou até exterminadas das comunidades.

No contexto onde mais atuam, o Estado está atrelado diretamente à religião majoritária e todos os demais poderes são influenciados pelos líderes religiosos.

Pastor Jeremiah posa em frente da casa destruída pelos ataques de pastores de cabras fulani

Isso faz com quem os cristãos convivam com impunidade em casos de agressão e assassinato, sejam tratados como cidadãos de segunda classe e enfrentem problemas graves de violação de Direitos Humanos.

Os exércitos de rebeldes religiosos recrutam jovens ao redor do mundo sedentos por um propósito de vida. Os motivos para integrar os grupos podem ser relacionados a falta de perspectiva de futuro em países pobres como Nigéria, Mali e Burkina Faso. Entretanto há aqueles que aceitam as condições em troca do sentimento de valor e pertencimento.

1 Resistência cristã, de Johan Companjen, São Paulo, Missão Portas Abertas, 2002.

² A Carta de Diogneto foi escrita por volta do ano 120 d.C. Trata-se do testemunho escrito por um cristão anônimo respondendo à indagação de Diogneto, pagão culto, desejoso de saber mais sobre a nova religião que se espalhava com tanta rapidez pelas províncias do Império Romano. Esse texto é considerado a “joia da literatura cristã primitiva”. Fonte:www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 12 dez. 2016 [N.E.].

³ Tertuliano de Cartago nasceu por volta do ano 150 d.C. e é considerado um dos pais da igreja. Fonte:http://www.icp.com.br/51materia2.asp. Acesso em: 12 dez. 2016 [N.E.].

4Os valdenses são uma denominação cristã que teve sua origem por volta de 1170 [N.E.].

5Esses cristãos foram chamados de “puritanos” porque defendiam que a Igreja Anglicana, na Inglaterra, excluísse totalmente práticas do catolicismo de seus cultos, ou seja, que fosse purificada [N.E.].

6“Huguenotes” era o nome dado aos protestantes franceses durante as guerras religiosas na França (segunda metade do século 16) [N.E.].

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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