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O Líbano tornou-se um refúgio seguro para diversos grupos religiosos e étnicos, que tinham certa liberdade religiosa no país. Mas a população cristã diminuiu e há um receio de que a sua influência política esteja caindo, uma vez que a demografia do país mudou muito nos últimos cinco anos. Apesar de as comunidades cristãs históricas estarem enraizadas na sociedade libanesa, a oposição a elas baseava-se em fatores territoriais ou políticos e não na religião.
Nos últimos anos, porém, as comunidades cristãs que fazem fronteira com áreas de maioria muçulmana tornaram-se alvos de agressão e as instituições cristãs de caridade enfrentam pressão por ajudar refugiados sírios. Além disso, em 2023, houve um aumento notável nos ataques a locais sagrados cristãos.
Outra situação é que os cristãos de denominações não tradicionais enfrentam oposição de comunidades cristãs históricas, especialmente se forem pegos evangelizando. Os cristãos de origem muçulmana ou drusa enfrentam mais pressão e violência por parte das famílias e comunidades locais. ?
SOZAN (PSEUDÔNIMO), CRISTÃ DE ORIGEM MUÇULMANA DO ORIENTE MÉDIO
As mulheres têm menos opções de desafiar ou fugir pois enfrentam maior controle social. Essas atitudes discriminatórias também podem prevalecer nas comunidades cristãs. Muitas enfrentam discriminação, violência e, em casos extremos, feminicídio. A violência doméstica nas famílias libanesas aumentou, mas não há um trabalho das autoridades para criar leis e nem uma mudança nacional.
As mulheres cristãs de origem muçulmana são forçadas a se casar com muçulmanos na esperança de que isso as ajude a regressar a suas raízes religiosas. Embora isso não tenha sido documentado no período da pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024 (1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023), continua a ser um risco real, especialmente entre as comunidades de refugiados. Mulheres e meninas libanesas muçulmanas que se convertem ao cristianismo também podem enfrentar agressões para forçá-las a renunciar à fé. Às vezes, elas são trancadas em casa até renunciarem ou fugirem.
As mulheres e meninas cristãs de origem muçulmana são particularmente vulneráveis à perseguição devido a sua fé por parte da família e da comunidade local. As refugiadas sírias também correm o risco de assédio sexual e violência doméstica.
Embora sejam apenas uma pequena minoria, as mulheres convertidas no Líbano enfrentam restrições legais e pessoais complexas que limitam as suas liberdades e a tomada de decisões. Várias leis de status pessoal baseadas na religião são discriminatórias contra as mulheres e permitem que os tribunais religiosos controlem questões relacionadas a casamento, divórcio e filhos.
Por exemplo, as leis religiosas xiitas, sunitas e drusas geralmente estabelecem que, em caso de divórcio, a idade da criança deve determinar com quem reside, e não o que é melhor para a criança. Isso significa que é mais provável que a custódia dos filhos mais novos seja dada as suas mães, mas as cristãs convertidas do islamismo provavelmente perderão a custódia dos filhos mais velhos.
Por medo de perder o contato com os filhos, muitas mulheres convertidas relutam em pedir o divórcio. Além disso, uma mulher pode ser considerada desobediente se abandonar o lar conjugal ou não ter relações sexuais com o marido. Isso significa que um tribunal pode restringir o acesso dela ao divórcio e negar seus direitos financeiros e a guarda dos filhos.
Se uma mãe for cristã e o marido for muçulmano, os filhos serão registados como muçulmanos. Em alguns casos, em a mãe muçulmana se converte ao cristianismo e o pai não, o pai pode afastar os filhos dela para criá-los separadamente. Além disso, as famílias envolvidas podem pressionar pelo divórcio devido à fé da esposa e é muito provável que a guarda dos filhos seja concedida ao esposo ou a outros familiares muçulmanos, sem levar em conta a idade do filho. Por essa razão, algumas mães convertidas tiveram que fugir dos seus maridos muçulmanos com os filhos.
O declínio da atividade econômica, a instabilidade política e o aumento do custo de vida criaram um ambiente de fragilidade e incerteza para os cristãos que vivem no Líbano. O número de cristãos está em declínio no país, totalizando cerca de 69% da população total.
Ao longo dos anos, os cristãos no Líbano enfrentaram múltiplos ataques à medida em que o país se tornou cada vez mais controlado pelo grupo extremista Hezbollah. Também ocorreram ataques suicidas contra cristãos, pois há um alto nível de violência física por parte de multidões de muçulmanos radicais.
Os homens e meninos cristãos convertidos enfrentam elevados níveis de violência física por parte de multidões muçulmanas. Eles estão sujeitos a espancamentos, humilhações ou confinamento por parte dos familiares.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Líbano são: opressão islâmica e opressão do clã.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Líbano são: cidadãos e quadrilhas e parentes.
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