A perseguição aos cristãos no Catar

Aumento da pressão e da violência contra os cristãos levou o Catar a subir 11 posições na Lista Mundial da Perseguição 2020

| 08/09/2020 - 06:00

Os cristãos ex-muçulmanos no Catar contam com suas orações, pois precisam viver a fé em segredo

Os cristãos ex-muçulmanos no Catar contam com suas orações, pois precisam viver a fé em segredo


O Catar foi um dos países que mais subiu posições na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020 comparado ao ano anterior, indo da 38ª posição na LMP 2019 para o atual 27º lugar. Isso pode ser explicado devido ao aumento da pressão média sobre os cristãos, que está em um nível muito alto (12,8 pontos). Na LMP 2019, a pressão estava em 12,2 pontos.

Embora todas as esferas da vida mostrem níveis altos ou muito altos de pressão, a pressão é maior na igreja e na vida privada. Isso reflete as dificuldades que os cristãos ex-muçulmanos enfrentam para praticar e compartilhar a fé com os próprios familiares. A pontuação extremamente alta na esfera igreja reflete as dificuldades que as igrejas enfrentam ao tentar construir novos templos, por exemplo, e as limitações que têm para evangelizar entre os muçulmanos.

A pontuação de violência dobrou, indo de 1,1 na LMP 2019 para 2,2 na LMP 2020. Esse aumento se deve a incidentes que afetam cristãos expatriados, mas os detalhes não podem ser fornecidos por razões de segurança. Acompanhe abaixo o infográfico com a pontuação do Catar.

Catar é um país muito pequeno localizado na Península Arábica, com a capital Doha sendo o centro de todas as atividades. Os riscos enfrentados pelos cristãos, especialmente pelos convertidos do islamismo ao cristianismo, dependem do tipo de comunidade da qual eles fazem parte. Os cristãos ex-muçulmanos do Catar enfrentam os maiores riscos, pois a sociedade é conservadora e os laços familiares são fortes. Os expatriados cristãos ocidentais geralmente são livres para praticar suas crenças, desde que evitem o proselitismo. Cristãos não ocidentais, como os filipinos, são mais propensos a enfrentar discriminação e abuso, especialmente as trabalhadoras domésticas.

A religião do Estado é o islamismo wahabi conservador. Não muçulmanos podem apenas cultuar em casas ou em lugares designados. Proselitismo é contra a lei e pode acarretar em condenações de até dez anos de prisão. Qualquer crítica ao islã é punida e a conversão do islamismo a outra religião é apostasia, sendo proibida e socialmente inaceitável. Combinados com o islã, normas e valores tribais são impostos aos cristãos.

Como uma monarquia absolutista, o outro tipo de perseguição, além da opressão islâmica, é a paranoia ditatorial. O governo criou um estado de bem-estar com muitos benefícios financeiros para os cidadãos do país. Em troca, o governo espera obediência e não permite nenhum tipo de oposição.

Um país com mais estrangeiros do que nativos

Devido ao baixo número de nacionais comparado ao número de estrangeiros no país, o governo tenta proteger ao máximo a religião do Estado para manter o país islâmico. Embora cristãos estrangeiros que moram no país sejam relativamente livres para praticar a fé, o governo monitora todas as atividades. Há um bom policiamento no país e os cristãos estrangeiros precisam ser cuidadosos para não serem expulsos.

O tribalismo ainda tem um papel muito importante na sociedade do Catar. Apesar da chegada da moderna arquitetura e da tecnologia, há uma contínua influência e reforço de normas e valores antigos. Assim como em outras partes do Oriente Médio, religião está ligada à identidade familiar.

Assim, abandonar o islã é visto como uma traição à família. No geral, famílias pressionam os convertidos para retornar ao islã, sair da região ou não falar sobre a nova fé. Em muitos casos, os cristãos ex-muçulmanos são separados da família em consequência da conversão.


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