Portas Abertas • 5 nov 2018
Mesmo com melhora no relacionamento com a vizinha Etiópia, igrejas continuam enfrentando pressão do governo
Quando se trata de repressão contra a igreja, nada na Eritreia mudou. Apesar do fato do presidente Isayas Afewerki ser recebido de braços abertos pelos líderes regionais após uma repentina melhora nas hostilidades com a Etiópia, os cristãos continuam enfrentando perseguições intensas e sendo forçados a adorar secretamente, quando o fazem além dos quatro grupos reconhecidos.
Mas mesmo esses grupos que possuem aprovação do estado continuam enfrentando desafios. Mussie Zerais, um líder cristão de Asmara disse que "o regime não afrouxa o aperto contra a população: dezenas de prisioneiros políticos continuam detidos, comissões internacionais não podem entrar nas prisões e nenhuma forma de liberdade é garantida, começando por política e de religião. Mesmo recentemente, oponentes foram presos, escolas cristãs fechadas e centros médicos e hospitais cristãos vedados. Além disso, o patriarca de uma igreja, Abune Antonios, está preso há 14 anos”.
Fazendo um apelo para a comunidade internacional, o líder cristão concluiu: “Ou o governo fecha os olhos para a realidade em nome de interesses econômicos e de geoestratégica, ou pode dar voz e força para valores como liberdade, democracia, justiça e solidariedade”.
Em meio a isso, o governo da Eritreia acusou a Alemanha de intromissão, após ser mencionado no parlamento alemão por violação de direitos humanos. Chamou a Alemanha de cínica sobre o progresso feito na Eritreia após o acordo de paz com a Etiópia. O Ministério da Informação disse em seu site que o governo de Berlim deveria deixar de se intrometer em assuntos regionais.
Um colaborador da Portas Abertas comentou sobre o assunto. “Infelizmente, nós estamos vendo mais e mais alegações de que a atenção aos abusos de direitos humanos é intromissão ou imperialista, mesmo isso sendo contrário a todas as leis internacionais, que foram construídas em consenso de que os direitos humanos são universais e requerem engajamento para manter todos responsáveis”, explicou.
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