Portas Abertas • 13 dez 2019
Por onde passa, grupo extremista deixa rastro de destruição e causa medo na população
No dia 7 de dezembro, o grupo extremista Al-Shabaab matou 11 pessoas em um ataque no nordeste do Quênia. As vítimas estavam viajando em um ônibus que fazia o trajeto entre Wajir e Mandera, região próxima à fronteira com a Somália. Os extremistas ordenaram que o ônibus parasse e todos os passageiros descessem. Depois, foram divididos em dois grupo: locais e não locais. Todos os onze “não locais” foram assassinados. Alguns deles eram trabalhadores dos escritórios de segurança que estavam retornando aos postos depois de alguns dias de descanso.
A região é de maioria muçulmana, logo, a expressão “não local” serve para classificar os possíveis não muçulmanos. Em abril de 2015, o grupo usou a mesma marca durante um atentado na universidade de Garissa. Os estudantes foram separados em dois grupos, 148 "não locais" foram assassinados, a maioria era cristã. Em outubro de 2018, dois professores "não locais" foram mortos durante um ataque a uma escola em Mandera.
De acordo com um colaborador da Portas Abertas na região, datas de celebração como Natal e Páscoa estão gerando mais medo do que alegria aos cristãos quenianos, já que nesses feriados há grande chance de acontecerem atentados vindos dos extremistas. “Enquanto a mídia pode ser lenta para explicitar isso, poderemos estar corretos ao interpretar esse ataque como outra maneira de reduzir a presença cristã em área dominada por muçulmanos". Além da tensão e medo, os cristãos que vivem nos locais sentem-se marginalizados e muito vigiados.
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