Portas Abertas • 5 jul 2019
O clima político na Argélia é cheio de conflitos
Hoje, 5 de julho, a Argélia comemora 57 anos de sua independência, após 132 anos como colônia francesa. O país do norte da África, vivenciou a "Guerra de Libertação Nacional", um conflito de 8 anos, de 1954 a 1962, matando milhares de europeus e argelinos. A Guerra da Argélia fez parte do intenso movimento de descolonização que atingiu os impérios ocidentais após a Segunda Guerra Mundial.
Após a independência, a Frente de Libertação Nacional proibiu a criação de outros partidos políticos e se declarou como o único partido legal no país. Mas, no ano de 1991, a Argélia apresentou eleições multipartidárias e, quando os partidos islâmicos venceram, o exército suspendeu o resultado, e estabeleceu-se uma intensa guerra civil que tirou a vida de 150 mil argelinos. Este conflito só diminuiu em 1999, quando Abdelaziz Bouteflika assumiu a presidência no país.
No poder desde então, Bouteflika, atualmente com 82 anos de idade, renunciou o cargo no último mês de abril, após uma onda de protestos no país africano. O ex-presidente sofreu dois derrames desde 2013 e, na cadeiras de rodas, já não fazia aparições públicas há quase 5 anos. O Conselho Constitucional da Argélia lançou, então, uma data para as eleições, 20 de abril. Mas a mesma foi adiada para ontem, dia 4 de julho. O que também não aconteceu.
Essa decisão foi tomada pelo próprio Conselho devido à “impossibilidade” de se organizar a votação, que rejeitou as únicas duas candidaturas apresentadas oficialmente, por não serem “credíveis”, conforme relatou a imprensa internacional. Sem presidência, a Argélia continua sendo palco de conflitos e diversas manifestações realizadas todas as sexta-feiras após a oração muçulmana, na capital Argel.
Diante dessa realidade, a minoria cristã no país também enfrenta incertezas. O próprio governo do país já descreveu sua população como "argelina, muçulmana e árabe", ou seja, não há espaço para o cristianismo. Os cristãos argelinos enfrentam diversos tipos de restrições e desafios que são impostos a sua liberdade, pelo Estado e pela família.
Há no país, por exemplo, leis que regulam o culto não muçulmano e banem a conversão, impedindo que cristãos compartilhem sua fé por medo que suas conversas sejam consideradas blasfêmias. A Argélia, sem dúvidas, precisa muito das nossas orações. Por isso, neste dia, lembre-se dos irmãos argelinos, mas também de toda a nação que precisa de respostas e do conhecimento do amor de Deus.
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