Portas Abertas • 21 jun 2022
Governo egípcio organiza “audiências de reconciliação” que beneficiam os agressores, não as vítimas
Cristãos egípcios ficaram abalados por uma série de incidentes envolvendo esfaqueamentos que mataram ao menos três homens nos últimos meses. Em 8 de junho, Cyril Megali, cristão de uma vila em Sohag, no Alto Egito, morreu no hospital por causa das feridas causadas em um dos ataques.
Megali trabalhava no Kuwait e estava visitando a família no Egito quando Abdullah Hosni o empurrou da motocicleta e o atacou com um facão. Megali foi levado ao hospital com feridas graves e não resistiu. Hosni admitiu o assassinato e foi preso. No entanto, Hosni alegou ter uma doença mental e que a família tinha um atestado médico para confirmar isso.
O ministro do Interior contou ao portal de notícias Coptic Solidarity que não entende como Hosni poderia ter uma doença mental grave se trabalhava em um cargo de grande responsabilidade na Líbia. Sobretudo porque essa doença só foi citada depois do assassinato.
Não foi a primeira vez que Hosni atacou cristãos. Dois anos atrás, depois de atacar um cristão, ele foi sentenciado a um ano de prisão, mas foi liberado depois de uma “audiência de reconciliação”.
Em maio, o cristão Rani Ra’fat foi morto na entrada do trabalho. Faisal Absul Nasser postou um vídeo no Tik Tok falando sobre esse assassinato: "Estou contente por tê-lo matado em nome de Alá”. Tawfig é outro extremista acusado de esfaquear líderes cristãos enquanto eles andavam na orla da praia, em Alexandria.
No Egito, incidentes envolvendo violência sectária são encaminhados para “audiências de reconciliação” pelas autoridades locais. No entanto, essas sessões geralmente deixam as minorias cristãs desamparadas enquanto beneficiam extremistas islâmicos que continuam livres.
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