Portas Abertas • 24 mar 2022
Após uma padaria ser bombardeada, cristãos conseguiram recursos para reabrir o local e recontratar os funcionários
Hoje é celebrado o Dia Internacional para o Direito à Verdade para as Vítimas de Graves Violações dos Direitos Humanos. Apesar das graves violações dos direitos humanos geradas pelo conflito atual entre Rússia e Ucrânia, o pastor Victor Punin, que atua em Kiev, e sua congregação oram ao Senhor com expectativa de que as orações serão respondidas. “Neste momento, vemos muitas bombas que não explodiram. Temos também muitos testemunhos de pessoas levadas para longe do perigo pouco antes de um ataque. Outra coisa muito animadora é que várias pessoas no exército ucraniano estão pedindo oração.”
Ao ouvir as histórias, fica claro que essa também é uma igreja serva, focada em missão. Também é uma igreja que tem amadurecido e sido refinada ao longo dos anos. O pastor Keith Danie, amigo de Victor, relembra a primeira vez que ele foi para a Ucrânia como missionário, em 1999, poucos anos após a queda da Cortina de Ferro. Segundo ele, foi um momento emocionante.
“Nos anos 1990, havia plantação de igrejas em todos os lugares. Foi quase um avivamento. Havia muitas entradas estrangeiras e muita coisa boa foi feita. Com todas as novas igrejas plantadas, muitos jovens pastores ainda estavam aprendendo as coisas.”
Entretanto, Keith, que atua na cidade central de Kryvyi Rih, vê a virada do milênio como uma época de ouro para a igreja na Ucrânia. Quando ele voltou para o país em 2010, ficou maravilhado com a transformação ocorrida nas igrejas. “Eu achei que a igreja ucraniana amadureceu de muitas formas. Elas agora estão ativas em missões”, ele disse.
Essa maturidade permaneceu nas igrejas ucranianas mesmo quando a escuridão do conflito chegou ao país novamente. Isso mostrou que muitas igrejas pela Ucrânia estão prontas para desempenhar um papel espiritual e humanitário crítico durante períodos de crise.
“As pessoas têm viajado pelo país para ajudar e fazem coisas diferentes. Em Kiev, ajudam pessoas em abrigos antibomba e as que estão sozinhas em apartamentos, as encorajando e levando alimento. Muitos ajudam refugiados a atravessar a fronteira”, explicou Victor.
Keith viu um passo de mudança no compromisso da igreja local em servir as comunidades durante a invasão russa da região de Donetsk, em 2014. Ele citou o projeto de uma igreja em uma pequena cidade perto de Donetsk, chamada Mar’inka. “No auge da guerra na época, havia uma padaria que provia pra a região, mas ela foi bombardeada. Os irmãos da igreja conseguiram recursos da Europa e alugaram um prédio. Eles abriram uma padaria e contrataram toda a equipe da padaria destruída. Ela se tornou um centro para toda a comunidade. No segundo andar do local, eles se reuniam como igreja. E não a tornaram denominacional, mas era aberta para todos.”
Para Keith, a igreja na Ucrânia tem passado por uma linda metamorfose desde quando colocou o pé no país pela primeira vez, pouco antes da virada do milênio. “Agora ela é uma igreja realmente madura. Eu acho que a igreja na Ucrânia pode ensinar muitas coisas para as igreja no Ocidente.”
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