Portas Abertas • 13 mai 2022
Ataque aconteceu na Faculdade Shehu Shagari, no estado de Sokoto (foto representativa)
Em 12 de maio, um grupo de estudantes muçulmanos atacou e matou a estudante cristã, Deborah Samuel Yakubu, da Faculdade Shehu Shagari em Wamako, no estado de Sokoto, Nigéria. O motivo seria a reação da universitária contra publicações religiosas em um grupo de WhatsApp, criado para tratar assuntos acadêmicos.
Ainda não está confirmada a mensagem de áudio que a seguidora de Jesus deu aos colegas. Porém, de acordo com testemunhas em entrevista ao jornal local, ela blasfemou contra o islã. Mas outras fontes garantiram à Portas Abertas que ela disse: “Jesus Cristo é maior e me ajudou a passar nos exames”.
Os alunos muçulmanos interpretaram a mensagem como ofensa e ameaçaram Deborah. Segundo o site The Guardian, quando a cristã saía do campus, um grupo de homens a pegou, agrediu e apedrejou até ela ficar inconsciente. Em seguida, colocaram fogo no corpo da seguidora de Jesus.
Durante o ataque, a faculdade foi fechada e todos os alunos foram orientados a deixar o campus imediatamente. Os policiais afirmaram que os estudantes fizeram uma barricada na estrada de Sokoto a Jega, mas que prenderam duas pessoas envolvidas no assassinato.
O estado de Sokoto é um dos 12 onde o governo é baseado na sharia (conjunto de leis islâmicas). As autoridades da região condenaram o incidente e pediram para que as agências de segurança punissem os verdadeiros culpados.
O líder cristão local, Matthew Hassan Kukah, expressou tristeza pela morte de Deborah e pediu que a família, colegas e autoridades da escola tenham garantia de que os culpados sejam julgados conforme a legislação do país, independentemente da motivação.
Segundo o porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana, o dia é trágico para os cristãos no Nordeste da Nigéria: “Nos juntamos à família de Deborah e à comunidade cristã em luto pela morte dela. Condenamos esse ato e pedimos às autoridades que tomem medidas rápidas para identificar e prender os autores do crime”.
Deborah era original da vila de Tungan Makajiya, no estado de Kebbi. Há relatos de que a mãe dela teve um colapso nervoso ao saber da morte da filha e está internada no hospital local. A estudante era membro da Confraternização de Estudantes Cristãos, organização irmã da Confraternização de Estudantes Evangélicos da Nigéria.
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