Portas Abertas • 15 out 2022
A detenção se tornou uma oportunidade de intensificar as orações (foto representativa)
A proximidade do 20º Congresso do Partido Comunista na China aumenta a apreensão pelo destino dos cristãos chineses. As decisões do Congresso de 2018 foram o início de grandes mudanças, com aumento da fiscalização sobre atividades religiosas não reconhecidas pelo governo, como o cristianismo. O atual líder chinês, Xi Jinping, acredita que os cristãos têm grande influência ocidental e estrangeira, por isso considera a religião uma ameaça.
Em 2022, o congresso começará amanhã, 16 de outubro, e será um momento de escolhas importantes para o governo chinês que impactam diretamente os cristãos. Igrejas são fechadas e até na internet as restrições são aplicadas pelo governo. A cristã Xiao Ai (pseudônimo), por exemplo, foi presa durante 10 dias por organizar uma igreja doméstica. Ela é uma entre muitas cristãs que não apenas viu, mas vive a pressão das restrições religiosas chinesas.
Xiao tem quase 40 anos e quando viu o guarda entrando em sua casa não hesitou em afirmar que ela era responsável pela reunião: “Eu sou a dona desta casa e a responsável pelo culto. Minha mãe está doente, por isso convido meus amigos para que venham aqui e orem por ela. Sou a única responsável”.
Xiao já esperava que esse dia chegasse. No contexto de perseguição na China, era apenas uma questão de tempo até que o grupo caseiro fosse descoberto. O mesmo já havia acontecido em outras igrejas domésticas. Apesar dos riscos, a igreja tinha feito um cronograma de cultos, para evitar que todos fossem presos de uma única vez e fizeram o acordo de que apenas o líder se responsabilizaria e enfrentaria a consequência; no caso, apenas Xiao. O aumento da pressão desafiou os cristãos chineses, mas também permitiu que o Senhor concedesse sabedoria e criatividade às igrejas para sobreviverem.
Mesmo no centro de detenção, Xiao viu o agir de Deus. Olhando para a cela, Xiao não via uma limitação, mas apenas um espaço diferente onde teria que praticar a fé em Jesus e onde poderia compartilhar o evangelho. Na prisão, eles precisavam executar tarefas durante a noite. Xiao viu nisso uma oportunidade para orar. Enquanto todos dormiam, ela trabalhava orando ao Senhor e sentia o vigor e cuidado dele nesses momentos.
“Acredito que o Senhor tinha dois grandes objetivos para mim na prisão. Primeiro, que eu evangelizasse meus colegas de prisão. Eles precisavam ouvir as boas novas. Mesmo que eles não creiam, devo fazer minha parte e testemunhar o amor de Deus. Em segundo lugar, eu estava tão atarefada no ministério que não parava para me aproximar com profundidade de Deus. Ali estávamos apenas eu e ele”, disse Xiao.
Pedidos de oração
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