Portas Abertas • 29 mar 2021
Salamata não fugiu após o ataque radical, mas continuou amparando a viúva do pastor assassinado em Burkina Faso
A Portas Abertas contou a história de Salamata* e como ela sobreviveu ao ataque de extremistas em Burkina Faso, juntamente com outras mulheres da igreja que ela frequentava. A jovem de 19 anos morava com o pastor e a família dele, mas no dia do incidente, o líder cristão foi assassinado e a garota ficou apoiando a viúva no vilarejo.
Alguns vizinhos socorreram Salamata, a esposa do pastor e mais outras três mulheres e uma criança, todos foram levados para outra casa. Mas pessoas que moravam no local não eram cristãs e sempre faziam comentários maldosos sobre a situação delas. “Disseram-nos que merecíamos o que nos aconteceu porque os jihadistas nos avisaram para pararmos de fazer barulho”, conta a cristã.
As cristãs foram buscar refúgio em outro local, mas quando chegaram ao destino tudo estava trancado e elas não sabiam para onde ir. Mas lembraram de um amigo do pastor e ele deu abrigo e comida a elas. “Naquela noite não consegui comer, porque só então percebi que o que havia acontecido era real. De repente, fiquei com muito medo. Comecei a ter insônia. Eu ficava acordada a noite toda sem dormir até de manhã, porque, quando fechava os olhos, via os homens que nos atacaram.”
A garota não conseguia fazer nada durante o dia porque estava em choque pela situação vivida. Salamata já enfrentava a rejeição dos avós e agora precisava conviver com o trauma que os jihadistas causaram. Nesse momento, ela não conseguia entender como tudo isso fazia parte do plano de Deus para a vida dela.
“Às vezes, sento-me e pondero sobre a agonia que suportei desde o momento em que nasci. Eu só vi meus pais suportarem sofrimento após sofrimento. Tudo o que tentamos se despedaçou. Choramos sem fim. Para onde foi Deus? Em nossas vidas, só conhecemos lágrimas e sofrimento. O que aconteceu é difícil para mim”, confessa.
Por isso, em setembro de 2020, a Portas Abertas convidou Salamata para participar de um aconselhamento pós-trauma. Na ocasião, ela recebeu ferramentas para lidar com as dores emocionais e passou por um discipulado. Hoje ela mora em uma casa supervisionada pela igreja local.
“Agora estou melhor. Eu ainda tenho medo às vezes, mas não estou como antes”, diz ela. Segundo os colaboradores que acompanham a jovem, ela luta para entender porque os cristãos são tão perseguidos. Mas ela não perdeu as esperanças em Jesus: “Só posso esperar que Deus finalmente tenha compaixão de nós e enxugue nossas lágrimas”.
*Nome alterado por segurança.
Assim como Salamata, há muitas outras mulheres e crianças que viram suas famílias serem destruídas em ataques radicais. Porém, elas sobreviveram e precisam da sua ajuda para pagar despesas como moradia, alimentação e escola dos filhos. Seja canal da provisão de Deus na vida de nossas irmãs.
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