Portas Abertas • 7 mai 2019
Mesmo diante da intensa perseguição contra cristãos na China, irmãos se mantêm de pé, confiantes em Deus e ativos na missão que receberam
Bai Yahui*, uma irmã da região central da China, contou-nos como a polícia fechou todas as igrejas domésticas na região e alertou os pastores para que não realizassem mais nenhuma reunião. Os pastores foram colocados em "liberdade condicional" e precisam se apresentar à delegacia todas as vezes que recebem uma ligação da polícia, para relatar-lhes seus movimentos e atividades. Eles recebem ligações frequentemente, em horários aleatórios, dia ou noite.
“Estamos constantemente no limite”, disse a irmã Bai*, “mas nossa fé cresceu e estamos mais determinados do que nunca ao ver os cristãos se manterem fortes e não comprometerem sua fé em Jesus. Nós começamos muitas reuniões menores, e mais e mais irmãos e irmãs estão levantando as mãos para atuar como líderes de igrejas domésticas. A situação é tensa, mas sabemos que Deus está em movimento, apesar das restrições. Realizamos uma reunião de líderes regionais e concordamos que, se alguém for preso, outro pega o trabalho. Também decidimos responder à polícia respeitosamente e com amor, mesmo que gritem conosco ou usem força física para nos fazer falar os nomes de outros crentes”, declara.
O pastor Tito* também vem alcançando e discipulando a juventude na China por muitos anos. Em 2017, o governo chinês novamente proibiu todas as atividades de jovens cristãos, e desta vez com uma nova determinação para impedir que os adolescentes chegassem à fé. Este novo movimento tornou impossível o trabalho com os jovens. “Inicialmente, fiquei realmente frustrado com as tentativas do governo de nos calar, mas recentemente eu abracei isso como uma nova temporada, na qual Deus nos trará aqueles que verdadeiramente estão famintos por ele e estão dispostos a seguir a Jesus a qualquer custo”.
Timothy*, outro líder chinês, declara: “Muitos jovens têm medo de participar de nossas reuniões, por isso estamos tentando encontrar maneiras novas e criativas de ter comunhão. Nós praticamos esportes, tocamos instrumentos musicais e comemos juntos e estudamos em grupos. Aproveitamos todas as oportunidades para orar uns pelos outros e compartilhar as Escrituras que nos fortalecem e nos dão esperança. O sentimento de amor e solidariedade é incrível”.
Dois pastores que viajaram para encontrar os colaboradores da Portas Abertas receberam telefonemas de familiares 24 horas após saírem de casa. A informação era de que a polícia estava procurando por eles. Eles queriam saber o paradeiro deles e por que não haviam retornado suas ligações. E, “apesar da sempre presente nuvem de vigilância e desconfiança que paira sobre esses preciosos irmãos e irmãs, o sentimento avassalador que recebemos deles foi de alegria”, afirmou um dos colaboradores.
“Vê-los adorar a Deus de todo o coração é inspirador. Seus sorrisos e risadas são quase surreais e sua determinação e esperança tangíveis. Dizer adeus foi muito difícil. Ninguém queria sair porque experimentamos uma rara conexão com o coração de pastores que estão enfrentando as mesmas provações, medos, restrições e a provisão e proteção de Deus. Que o Senhor abençoe-os e lhes dê força”, concluiu um dos colaboradores da Portas Abertas.
* Nomes alterados por segurança.
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