Portas Abertas • 30 ago 2021
Familiares e amigos de cristãos desaparecidos protestaram na Malásia em 13 de fevereiro de 2019
Hoje é o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados. Segundo a Organização das Nações Unidas, o crime contra a humanidade envolve a privação de liberdade e na maioria das vezes é executado por agentes do Estado ou por pessoas agindo com conhecimento e conivência dele. Na maioria dos casos, falta o reconhecimento do sumiço da pessoa e negação de informação do paradeiro dela. Quando essa prática é comum contra um segmento específico da população, como os cristãos, os casos são considerados como violação dos Direitos Humanos e não podem ser anistiados.
Em países como a Nigéria, os cristãos são as principais vítimas de desaparecimentos forçados. Segundo grupos extremistas, como o Boko Haram, eles têm direito de capturar meninas e mulheres cristãs com o objetivo de fazer delas escravas sexuais e até mesmo vítimas de atentado suicida. A Portas Abertas acompanha as histórias de Leah Sharibu e das meninas do vilarejo de Chibok, que foram sequestradas por jihadistas em 2018 e 2014, respectivamente.
As vítimas desse tipo de crime contra humanidade não são apenas as pessoas que estão desaparecidas. São todos os parentes e amigos que vivem a angústia da espera por notícias do ente querido. “Nós não sabemos onde ela está ou pelo que está passando. Nós vemos notícias nas redes sociais e jornais, mas não sabemos o que é verdadeiro ou não”, revelou Rebecca, mãe de Leah Sharibu em entrevista à Portas Abertas.
Apesar de não ter informações concretas para se apoiar, a mãe da menina de 17 anos não perde a esperança e mantém a intercessão pela filha. “Oro por ela diariamente. Agradeço a Deus pela fé que ela tem e peço que ele continue a incentivando. Eu também oro pelos sequestradores de Leah, para que eles a libertem, e também que encontrem a Cristo, porque não sabem o que estão fazendo”, completou.
Na Malásia, outras famílias também anseiam por notícias de cristãos desaparecidos. Susanna é uma esposa que não perdeu a esperança de encontrar o marido, o pastor Raymond Koh. Desde fevereiro de 2017, ela luta para saber o que aconteceu com o líder cristão, abordado à luz do dia por 15 homens mascarados. Durante as investigações, descobriu-se o envolvimento de integrantes do governo no sumiço de Koh e agora os familiares e amigos aguardam mais informações sobre o inquérito público, aberto pela Comissão de Direitos Humanos da Malásia (Suhakam).
Outro caso de desaparecimento que foi reaberto no país, foi do casal cristão Joshua Hilmy e Ruth Sitepu. As novas provas que estão em análise pela Suhakam sugerem que o pastor havia recebido várias ameaças por e-mail, por causa da atuação dele como ministro cristão. Os líderes cristãos foram vistos pela última vez em 30 de novembro de 2016.
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