Portas Abertas • 15 mai 2021
As mulheres cristãs ex-drusas na Síria estão vulneráveis à hostilidade da família, caso a nova fé seja descoberta
Hoje é o Dia Internacional da Família e apesar dela ser desvalorizada pelo secularismo, é essencial para o desenvolvimento das pessoas ao redor do mundo. Em países árabes, como a Síria, a convivência e aprovação familiar é imprescindível na vida das pessoas. Entre a comunidade religiosa drusa, esse fato é ainda mais importante, já que não há a possibilidade de professar a fé, a não ser que a família seja drusa há gerações.
A religião esotérica tem raízes no islamismo xiita e também possui elementos de outras crenças e filosofia grega. Ela surgiu no século 11 no Egito quando al-Hakim bi-Amri Alla se declarou encarnação de Deus e ganhou seguidores. O grupo foi um dos perseguidos pelo Estado Islâmico durante a guerra na Síria, mas há comunidades no Líbano, Israel e Jordânia.
Porém, o fato de enfrentarem perseguição não faz com que sejam menos hostis com quem abandona a fé ancestral para seguir a Jesus. Manal* é uma garota de 20 anos que teme que o pai descubra que ela se tornou cristã. “Meu maior medo é que meu pai descubra que estou indo para a igreja. Ele me proibirá de ir e me deixará de castigo em casa. Ele pode me bater e abusar de mim se algum dia souber que vim me reunir com outros cristãos”, revela.
Já Salwa* teme pelo casamento forçado: “Meus pais querem que eu me case com alguém que seja druso. Mas não posso aceitar viver minha vida em mentiras. Não posso fingir ser uma drusa. Quero me casar com alguém que compartilhe meu amor por Jesus e saiba o que significa ter fé no único Deus verdadeiro”.
“A comunidade drusa é muito fechada”, admite Jamila*, que teve a nova fé descoberta pela família. Na ocasião, eles ficaram furiosos e estavam dispostos a tudo para fazê-la voltar atrás. “Meu cunhado disse ao meu marido para me matar. Mas ele me ameaçou e me proibiu de ir à igreja. Já meus pais me rejeitaram e pararam de atender minhas ligações. Uma vez eu vi minha mãe na rua e a cumprimentei, mas ela não respondeu”, conta com lágrimas nos olhos.
Porém, Jamila não desistiu e procurou o conforto em Jesus: “Eu orei por minha família e, louvado seja o Senhor, meu marido agora também é cristão. Ele viu como minha vida mudou e como melhorei em todos os aspectos da vida. Ele queria saber como e por que, e agora vamos para a igreja juntos”, celebra a cristã.
Para encorajar os cristãos ex-drusos, os parceiros da Portas Abertas precisam agir com muito cuidado. O pastor distribui ajuda aos necessitados secretamente, tanto com alimentos como medicamentos. Além disso, eles recebem treinamentos sobre como organizar uma escola dominical, criação do ministério de mulheres e liderança de grupos de louvor.
“Foi uma ótima experiência para nós, fomos apresentados a um novo conceito de adoração, estudamos sobre isso na Bíblia e agora entendemos o principal propósito e poder disso. Lutamos com louvor e exaltamos o Senhor do fundo de nosso coração para derrotar o diabo”, testemunham Suha* e Nour*.
* Nomes alterados por segurança.
Mesmo após dez anos de guerra, os cristãos sírios ainda enfrentam as consequências dos conflitos. Muitos ainda têm dificuldade para conseguir alimentos, assistência médica e auxílio profissional. Através da sua oração e doação, você leva esperança aos cristãos na Síria afetados pela guerra.
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