Portas Abertas • 14 jul 2021
Cristãos indianos enfrentam a hostilidade de extremistas hindus nas redes sociais
A perseguição aos cristãos na Índia não se resume à pressão e a violência contra as pessoas comuns que vivem no interior do país. Líderes cristãos como Sonia Ghandi, presidente do partido do Congresso, são acusados falsamente de “conversão desenfreada, apaziguamento e lavagem cerebral [da] geração jovem”. Em um dos vídeos feitos pela parlamentar, fizeram uma montagem em um dos livros aparente atrás dela. Na alteração, colocaram o título “Como converter a Índia em uma nação cristã”.
Mesmo com erros gramaticais, a imagem alterada foi publicada na conta do Twitter @noconversion e provocou o ódio de hindus extremistas contra Sonia e outros cristãos que vivem na Índia. O canal opera sobre a bandeira: “Pare as conversões hindus por missionários cristãos” e tem 200 mil seguidores, o que equivale a uma pessoa em 88 usuários da rede social.
Em outra conta no Twitter, em que Acharya Balkrishna promovia o tratamento ayurvédico para COVID-19 e refutava as informações da Associação Médica Indiana (IMA, da sigla em inglês), os cristãos foram responsabilizados pela pandemia. O autor do tweet disse que o vírus é “uma conspiração para converter todo o país ao cristianismo e torná-lo contra a ioga e a Ayurveda”. Além disso, publicou a foto do presidente da IMA e comentou: “Doutor ou pastor?”. Essa comunicação foi curtida mais de 3 mil vezes e compartilhada por cerca de 1.700 usuários.
A desinformação e a propaganda falsa contra os cristãos e outras minorias religiosas são utilizadas pelos extremistas hindus para propagar a filosofia “Hindutva”. “A ideologia busca fazer da Índia uma nação hindu, forçando as minorias, como muçulmanos, cristãos e sikhs, a se converterem ao hinduísmo. Caso isso não ocorra, serão consideradas como cidadãos de segunda classe ou podem ser expulsas do país”, justifica um parceiro local da Portas Abertas.
A relatora especial da ONU para a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão, Irene Khan, confirmou que as notícias falsas são ameaças reais. “A desinformação ideológica e baseada na identidade fomentou a discriminação e o ódio contra minorias, migrantes e outras comunidades marginalizadas, gerando tensões étnicas ou religiosas que culminaram, às vezes, em violência off-line”, explicou.
Apesar da Índia ter assinado um pacto internacional que obriga a proibição de “qualquer defesa do ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, hostilidade ou violência”, as pessoas que perseguem os cristãos ficam impunes. “Os perpetradores de atos horríveis de violência contra cristãos, muçulmanos e outras minorias agem com impunidade e muitas vezes com a cumplicidade da polícia e das autoridades locais”, conclui um porta-voz da Portas Abertas.
Diante das informações falsas, a pressão e a violência enfrentada pelos cristãos na Índia, a Portas Abertas criou uma campanha nas mídias sociais com a hashtag #StandforTruthIndia (Defenda a verdade Índia). Por meio dela desejamos criar conscientização quanto à situação real vivida pelos nossos irmãos e irmãs indianas.
É possível fortalecer irmãos e irmãs indianos que enfrentam a perseguição. Por meio de seminários de preparação para perseguição, eles estarão preparados para fazer o evangelho avançar e poderão acompanhar todos os cristãos hostilizados por amor a Jesus. Doe agora!
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