Portas Abertas • 21 out 2024
As irmãs Anisha e Anita, do Nepal, foram impedidas de viver em comunhão com a família da fé. Elas foram mantidas em prisão domiciliar por seis anos pelo pai e o irmão mais velho
Anisha, de 26 anos, e Anita, de 23 anos, são irmãs de um distrito remoto do Nepal. Elas pertencem à casta brahmin, que é considerada a mais alta no país. Quando aceitaram ao Senhor, estavam na 11ª e 10ª série, respectivamente. Então começaram a ir para a igreja e para os cultos nas casas regularmente, onde aprenderam muitos versos bíblicos e sobre a perseguição. No dia 6 de dezembro de 2017, elas foram batizadas.
No entanto, mantiveram a conversão em segredo dos pais e irmãos, o que não durou muito. Quando se recusaram a participar do maior festival hindu, a família descobriu sobre a fé delas. “Como temos um longo feriado por causa do festival, fomos para casa. Muitos parentes estavam lá. Ficamos nervosas, afinal, não sabíamos como revelar nossa fé a eles. Então, lemos a Bíblia e oramos secretamente, mas nosso irmão mais velho nos pegou orando. Mostrando a Bíblia, ele disse irado: ‘Esse é seu Deus?’. Ele rasgou a Bíblia e a atirou no fogo. Então nos agarrou pelo pescoço e nos jogou no chão”, conta Anita.
Após o festival, elas voltaram para a casa alugada onde moravam por ser mais perto da escola e continuaram os estudos. Elas também participavam dos cultos regularmente. Várias vezes, o pai e o irmão delas iam até o local e as perseguiam física e mentalmente. Após serem boicotadas financeiramente, a mãe delas, com grandes dificuldades e desafios, as apoiou até terminarem os estudos.
Hoje, Anisha pode ler a Bíblia, mas durante o período de prisão domiciliar, seu irmão mais velho rasgou e queimou todas as Bíblias que ela e a irmã ganharam
Anisha compartilha: “Após completarmos os estudos, nosso irmão veio e nos levou à força para casa, onde nos manteve sob prisão domiciliar por seis anos, de 2018 a 2023. Nesses anos, eles nos torturaram física, mental e verbalmente e não nos permitiam ir à igreja ou encontrarmos cristãos. Os membros da nossa igreja não puderam nos contatar por medo de nosso pai e irmão. Na época, não tínhamos celular e estávamos sob vigilância 24 horas por dia, sete dias por semana”.
Elas eram forçadas a fazer todas as tarefas da casa, até mesmo o cultivo do campo. “Eles tentaram reprimir nossa fé ao nos agredir de todas as formas. Nós tínhamos pequenas Bíblias dadas pelos cristãos. Nós as escondemos, mas nosso irmão procurou em cada canto do quarto. Quando encontrou, as rasgou e queimou. Ficamos sem nenhuma Bíblia”, compartilha a jovem cristã.
Apesar de toda a perseguição, elas permaneceram firmes na fé e continuaram orando. Como resposta, Deus enviou Subash (pseudônimo), um irmão da igreja delas, até sua casa. Felizmente, o pai e o irmão delas não estavam em casa, então puderam compartilhar a situação que enfrentavam. Depois, ele compartilhou sobre elas com parceiros locais da Portas Abertas, que as ajudaram. Alguns dias após o encontro com Subash, Anisha saiu de casa e foi para um local alugado com a ajuda dos parceiros locais da Portas Abertas. Anita também foi para lá dois meses após a partida de Anisha. Anisha disse: “Embora seja difícil, nunca comprometemos nossa fé. Estamos prontas para morrer, mas nunca negaremos nossa fé. Sempre lembramos das promessas de Deus, que nos tornaram mais fortes e nos encorajaram a permanecermos firmes em nossa fé durante aqueles seis anos de sofrimento físico, mental e verbal. Sentimos que Deus está conosco e nunca nos deixa. Por isso permanecemos firmes em nossa fé”.
A Portas Abertas oferece suporte prático e espiritual a cristãos no Sul da Ásia que são vítimas de pressão e violência. Uma contribuição garante ajuda emergencial para seguidores de Jesus na região afetados pela perseguição violenta.
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