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Embora a sociedade multicultural do Nepal tenha a liberdade religiosa garantida na Constituição de 2015, as leis anticonversão e blasfêmia continuam em vigor. Cristãos de origem hindu são submetidos a grande pressão, pois são vistos como traidores da fé dos ancestrais. Recém-convertidos e membros de igrejas protestantes também enfrentam pressão de família, amigos, comunidade e autoridades locais.
As igrejas católicas e igrejas onde estrangeiros congregam são as que enfrentam menos problemas. De tempos em tempos, grupos radicais hindus se aproveitam da instabilidade política do país para atacar cristãos e ficarem praticamente impunes.
Há relatos de igrejas atacadas, agressões físicas e prisões arbitrárias de cristãos. Alguns cristãos também precisaram fugir de casa e dos vilarejos por causa das ameaças. Outro agravante da perseguição é a lei anticonversão, aprovada em 2017, que causa diversas restrições aos cristãos a nível nacional.
KABITA KHATRI (PSEUDÔNIMO), CRISTÃ PERSEGUIDA NO NEPAL
As mulheres convertidas enfrentam vários tipos de pressão, como prisão domiciliar por parte dos familiares, privação de necessidades básicas e apoio financeiro, bem como impedimento de seu contato com outros cristãos. As famílias também podem casar as filhas com um homens não cristãos e isso resulta em agressões físicas, sexuais e psicológicas, além de discriminação, abandono e divórcio. A pressão psicológica para participar de rituais de outras religiões é comum, como jejuar para que o marido tenha vida longa e seguir restrições durante a menstruação.
Se uma mulher já for casada no momento da conversão e seu marido não apoiar sua fé, ela pode ser forçada a se divorciar. No período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024 (1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023), houve vários casos de homens que deixaram suas esposas porque elas se tornaram seguidoras de Jesus.
Mulheres e meninas cristãs também são vulneráveis à violência sexual e podem ser assediadas por motivos relacionados à fé. Na sociedade historicamente hindu e patriarcal do Nepal, mulheres e meninas têm menos capacidade de exercer seus direitos, enfrentam dificuldades no acesso à educação e, muitas vezes, são limitadas a tarefas domésticas. Mulheres dalits e de minorias religiosas enfrentam mais desvantagens.
Homens e meninos cristãos são mais vulneráveis à perseguição se forem recém-convertidos, atuarem no serviço público ou liderarem igrejas independentes. Os convertidos são marginalizados socialmente, deserdados e têm os direitos legais básicos negados, como emissão da certidão de nascimento e cidadania. Além disso, convertidos enfrentam assédio em locais públicos, como mercados e locais de trabalho.
Pastores e líderes de igrejas independentes são os principais alvos de assédio porque se envolvem na pregação ativa do evangelho, batizam e aconselham novos cristãos. Os radicais hindus concentram seus ataques aos líderes da igreja para amedrontar os membros da comunidade cristã e porque os julgam “culpados” pelo número crescente de conversões ao cristianismo.
Um especialista explica: “Líderes de grupos étnicos, especialmente nas regiões norte e extremo sul do Nepal, demonstraram intolerância religiosa. Isso resultou em vários incidentes que tinham como objetivo perseguir evangelistas cristãos, pastores ou igrejas recém-plantadas”. Pastores são ameaçados de agressão física e, em algumas ocasiões, forçados a deixar suas comunidades.
No exército nepalês, em cargos governamentais e na polícia, os cristãos podem ser forçados a adorar deuses hindus e observar festivais da religião. Caso não obedeçam às ordens, eles enfrentam discurso de ódio e tratamento negativo.
Os cristãos têm menos oportunidades econômicas para sustentar a família, pois são excluídos das vagas de emprego. Essa forma de discriminação significa que toda a família enfrenta problemas econômicos e insegurança social.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos no Nepal são: nacionalismo religioso, opressão do clã e paranoia ditatorial.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos no Nepal são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, parentes, partidos políticos, cidadãos e quadrilhas, líderes de grupos étnicos.
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