Discurso de ódio anti-Ahok pode levar músico indonésio à prisão

Prasetyo é acusado de difamar o ex-governador cristão de Jacarta, condenado por suposta blasfêmia contra o islã

Portas Abertas • 28 nov 2018


Homem indonésio (foto representativa)

Homem indonésio (foto representativa)

Um músico da Indonésia pode ser condenado a dois anos de prisão por, supostamente, expressar um discurso de ódio contra o ex-governador cristão de Jacarta durante sua tentativa de reeleição em 2017, segundo a agência de notícias Union of Catholic Asian News (UCAN).

Ahmad Dhani Prasetyo, um roqueiro indonésio, é acusado de espalhar discurso de ódio no Twitter, tendo como alvo o ex-governador Basuki Tjahaja Purnama, conhecido como "Ahok", durante sua campanha pela reeleição como governador de Jacarta em março de 2017.

Os promotores disseram aos juízes na segunda-feira, 26 de novembro, que Prasetyo postou um tweet, no meio da campanha governamental em março de 2017, que dizia: “Qualquer um que apoie o blasfemo é escória e merece levar um cuspe na cara”.

Ahok, cristão chinês, foi condenado a dois anos de prisão depois de ter sido considerado culpado de blasfêmia contra o islã em maio do ano passado. Durante sua campanha política, ele acusou seus oponentes políticos de usarem versos do Alcorão para impedir que os muçulmanos votassem nele em sua tentativa de reeleição como governador de Jacarta. Em fevereiro deste ano, ele entrou com um recurso, que foi rejeitado, depois que um professor de comunicação de Jacarta, Buni Yani, foi sentenciado a 18 meses de prisão por editar um vídeo que se tornou viral e que serviu de base para as alegações de blasfêmia contra Ahok. A sentença de Yani foi confirmada pela Suprema Corte em 24 de novembro, de acordo com a UCAN, uma decisão que um dos advogados de Ahok disse ser decepcionante.

"Nós respeitamos a decisão da Suprema Corte, mas estamos desapontados que Yani seja condenado a apenas um ano e meio de prisão", disse Wayan Sudarta à UCAN.

Em março, foi relatado que Ahok também poderia ter sido vítima de uma sofisticada campanha antigovernamental de fake news e robôs da internet. Durante o julgamento, Ahok disse ao tribunal que ele foi alvo de ataques racistas e religiosos desde que foi eleito para o cargo público em 2005.

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